RS registrou 850 casos com serpentes no último ano
Nesse domingo, menino de um ano matou filhote a mordidas no Litoral Norte
publicidade
Nesse domingo, em Mostardas, no Litoral Norte, um menino de 1 ano e cinco meses matou um filhote de serpente a mordidas no pátio da casa da família. No caso, considerado raro, a suspeita é de que a criança tenha pensado estar lidando com um brinquedo.
A tratadora do Núcleo Regional de Ofidiologia da FZB, Acácia Winter, salienta que o RS é o 9º estado com maior número de acidentes ofídicos no Brasil. “Mais de 80% dos casos são acidentes botrópicos, ou seja, causados pelo grupo das jararacas, cruzeiras e jararacuçu”, acrescentou.
Segundo Acácia, a maioria das cobras venenosas é provida de fosseta loreal (orifício entre o olho e a narina que funciona como receptor do calor); pele com aspecto rugoso (a da não venenosa é lisa e brilhosa), e cabeça com formato triangular. “Outro detalhe, as cobras venenosas possuem maior atividade a tarde e a noite, quando estão a caça de roedores”, lembrou a especialista. Mas há uma exceção: as corais verdadeiras possuem a pele lisa, brilhosa, não possuem fosseta loreal e são venenosas ao extremo, embora tenham comportamento tranquilo.
Mais de 70 espécies de serpentes ocorrem no RS, mas apenas 11 oferecem algum risco ao ser humano. A Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (FZB) dispõe de um centro especializado de pesquisa na área. Um convênio entre o Núcleo Regional de Ofidiologia de Porto Alegre (Nopa) com o Instituto Vital Brasil permite o envio da peçonha extraída. Dela é feita a produção do soro antiofídico, utilizado para neutralizar o efeito da peçonha em caso de acidentes por picada de serpente. Em troca, a FZB recebe bolsistas para a realização de estudos científicos na área. De acordo com a FZB, o veneno das serpentes é usado, ainda, para fabricar medicamentos, inclusive para pressão alta.
Como se prevenir de acidentes
Andar de botas ou perneiras, atenção ao colher frutas, atenção redobrada em locais de mata, campo e brejo, atenção ao mexer em materiais empilhados, usar luvas em colheitas e jardinagem, ficar alerta próximo a rios e lagoas, com maior atenção à noite.
O que fazer em caso de acidentes
Acalmar o acidentado e mantê-lo em repouso, lavar a área afetada com água e sabão e mantê-la elevada, levar o acidentado imediatamente para um hospital ou posto de saúde e, se possível, fazer registro fotográfico da cobra causadora do acidente, para que seja feito o tratamento adequado.
O que não fazer
Não fazer torniquete ou garrote, não colocar substâncias no local da picada (café, fumo, folhas, urina etc), não cortar ou queimar o local da picada, não sugar o veneno, não fazer o acidentado ingerir bebida alcoólica. Atenção: só o soro cura a picada de cobra.
Onde encontrar o soro
O soro não é vendido. Ele só pode ser aplicado em hospitais de referência. Em caso de acidente na região de Porto Alegre, procure o Hospital de Pronto Socorro (HPS) pelo telefone 192 ou, em qualquer parte do Estado, o Centro de Informações Toxicológicas (CIT) pelo telefone 0800-7213000.