RS registrou 850 casos com serpentes no último ano

RS registrou 850 casos com serpentes no último ano

Nesse domingo, menino de um ano matou filhote a mordidas no Litoral Norte

Rádio Guaíba

RS registrou 850 casos com serpentes no último ano

publicidade

A chegada do calor eleva o risco de acidentes que decorrem do contato entre as serpentes e o ser humano, alerta Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (FZB). Isso ocorre, especialmente, em função de dois motivos: maior presença de pessoas no habitat das cobras e maior circulação dos répteis em busca de comida e de parceiro sexual, a partir da primavera. Em 2014, foram notificados ao Ministério da Saúde 27 mil casos de acidentes ofídicos no País, 850 deles só no Rio Grande do Sul.

Nesse domingo, em Mostardas, no Litoral Norte, um menino de 1 ano e cinco meses matou um filhote de serpente a mordidas no pátio da casa da família. No caso, considerado raro, a suspeita é de que a criança tenha pensado estar lidando com um brinquedo.

A tratadora do Núcleo Regional de Ofidiologia da FZB, Acácia Winter, salienta que o RS é o 9º estado com maior número de acidentes ofídicos no Brasil. “Mais de 80% dos casos são acidentes botrópicos, ou seja, causados pelo grupo das jararacas, cruzeiras e jararacuçu”, acrescentou.

Segundo Acácia, a maioria das cobras venenosas é provida de fosseta loreal (orifício entre o olho e a narina que funciona como receptor do calor); pele com aspecto rugoso (a da não venenosa é lisa e brilhosa), e cabeça com formato triangular. “Outro detalhe, as cobras venenosas possuem maior atividade a tarde e a noite, quando estão a caça de roedores”, lembrou a especialista. Mas há uma exceção: as corais verdadeiras possuem a pele lisa, brilhosa, não possuem fosseta loreal e são venenosas ao extremo, embora tenham comportamento tranquilo.

Mais de 70 espécies de serpentes ocorrem no RS, mas apenas 11 oferecem algum risco ao ser humano. A Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (FZB) dispõe de um centro especializado de pesquisa na área. Um convênio entre o Núcleo Regional de Ofidiologia de Porto Alegre (Nopa) com o Instituto Vital Brasil permite o envio da peçonha extraída. Dela é feita a produção do soro antiofídico, utilizado para neutralizar o efeito da peçonha em caso de acidentes por picada de serpente. Em troca, a FZB recebe bolsistas para a realização de estudos científicos na área. De acordo com a FZB, o veneno das serpentes é usado, ainda, para fabricar medicamentos, inclusive para pressão alta.

Como se prevenir de acidentes

Andar de botas ou perneiras, atenção ao colher frutas, atenção redobrada em locais de mata, campo e brejo, atenção ao mexer em materiais empilhados, usar luvas em colheitas e jardinagem, ficar alerta próximo a rios e lagoas, com maior atenção à noite.

O que fazer em caso de acidentes
Acalmar o acidentado e mantê-lo em repouso, lavar a área afetada com água e sabão e mantê-la elevada, levar o acidentado imediatamente para um hospital ou posto de saúde e, se possível, fazer registro fotográfico da cobra causadora do acidente, para que seja feito o tratamento adequado.

O que não fazer
Não fazer torniquete ou garrote, não colocar substâncias no local da picada (café, fumo, folhas, urina etc), não cortar ou queimar o local da picada, não sugar o veneno, não fazer o acidentado ingerir bebida alcoólica. Atenção: só o soro cura a picada de cobra.

Onde encontrar o soro
O soro não é vendido. Ele só pode ser aplicado em hospitais de referência. Em caso de acidente na região de Porto Alegre, procure o Hospital de Pronto Socorro (HPS) pelo telefone 192 ou, em qualquer parte do Estado, o Centro de Informações Toxicológicas (CIT) pelo telefone 0800-7213000.

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895