Salva-vidas socorre vítima de mal súbito

Salva-vidas socorre vítima de mal súbito

Jovem de 16 anos desmaiou ontem à tarde em Capão da Canoa

Danton Júnior / Correio do Povo

Soldado Paulo Antônio (à esquerda) também estava na guarita

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Sempre de olho no mar, o sargento Everaldo Ramos, 44 anos, salva-vidas há uma década, não pensou duas vezes ao ver uma veranista tendo um mal súbito na areia, na tarde desse domingo. Maria do Carmo Farias da Cruz, 16 anos, desmaiou quando passeava com a mãe próximo à guarita 69, em Capão da Canoa, Litoral Norte. Após verificar que os batimentos cardíacos estavam muito acelerados, próximos de 130 por minuto, e que a vítima tinha os lábios roxos, Ramos acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não havia ambulâncias disponíveis. O sargento então abordou o motorista de uma caminhonete que passava pelo local e, com a garota no colo, pediu que os levasse até o Hospital Santa Luzia. Após ser medicada e receber alta, Maria do Carmo voltou à guarita 69 nesta segunda-feira – desta vez para agradecer ao homem que salvou a sua vida.

“Se não fosse a agilidade dele, a minha filha teria morrido”, resume a mãe, Sandra Paim Farias, 41. Ela afirma que, de tão rápido que foi o socorro, sequer recorda de como chegou ao hospital. Sandra afirma que, conforme o relato dos médicos, a filha poderia ter sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC) caso não fosse socorrida a tempo. A pressão de Maria do Carmo saltou para 18 por 9 (a normal costuma ser entre 12 por 8).

Após passar por uma bateria de exames e ingerir a medicação recomendada, ela voltou para casa nesta segunda-feira. Durante a tarde, fez questão de conhecer o sargento Everaldo. “Ela não viu ele ontem (domingo), então queria voltar para agradecer. Foi um anjo da guarda na vida dela”, define a mãe. Maria do Carmo, que até então não havia tido problemas de hipertensão, já está em casa, em Capão da Canoa. Conforme a mãe, ela está com os movimentos lentos, mas não deverá ficar com sequelas.

O homem que realizou o salvamento já poderia estar na reserva da Brigada Militar (BM), mas resolveu continuar na profissão por ser apaixonado pelo que faz – e para participar pela 10ª vez da Operação Golfinho. “Já estou quitado com a BM desde 29 de setembro”, conta. Lotado em Triunfo, ele perdeu a conta de quantos salvamentos realizou durante esse período. Sabe, contudo, que foram mais de cem. Sobre o resgate do último domingo, recorda que ficou preocupado com os batimentos cardíacos acelerados da vítima, e que sabia que era necessário agir sem hesitar. “Eu não penso muito. Tem que tomar a providência rápido. Esse foi o fator primordial”, ressalta.

Ao receber uma mensagem escrita por Maria do Carmo, o experiente sargento não escondeu a satisfação. “É um dever nosso, mas quando somos reconhecidos é melhor ainda”, afirma, lembrando que muitos dos socorridos “fogem” do profissional que prestou o atendimento.

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