Samarco: não há provas de que mancha vista em Abrolhos se originou em Mariana

Samarco: não há provas de que mancha vista em Abrolhos se originou em Mariana

Empresa diz que análises indicam probabilidade muito baixa deste deslocamento

Agência Brasil

Empresa diz que análises indicam probabilidade muito baixa deste deslocamento

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Um dia após o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) divulgar a identificação de uma mancha de sedimentos na região do Arquipélago de Abrolhos, no sul da Bahia, a Samarco respondeu. A empresa responsável pelo rompimento de uma barragem de mineração em Mariana (MG), alega que não há qualquer comprovação técnica de que o material observado na região de Abrolhos seja proveniente do acidente na Barragem de Fundão.

Em nota, a Samarco informou que tem acompanhado o comportamento da pluma de turbidez que chegou ao oceano, mobilizou equipes e coletou amostras que serão avaliadas em laboratório. “Dados sobre a direção de ventos e intensidade de marés registrados nos últimos dias apontam para uma probabilidade muito baixa de deslocamento da pluma de turbidez do litoral de Linhares até o Arquipélago de Abrolhos.” diz a nota. A barragem se rompeu no dia 5 de novembro do ano passado.

Segundo a empresa, existem outros fatores que podem ter influenciado a movimentação de sedimentos na região costeira do Espírito Santo e sul da Bahia. “Houve o registro de fenômenos climáticos que ocasionaram, nos últimos dias, a formação de ondas no litoral entre 1,5 metro e 2,5 metros que provocaram ressuspensão natural de sedimentos outros que não têm relação com o ocorrido na Barragem de Fundão”, diz a nota.

Os técnicos do Ibama que sobrevoaram a área discordam da avaliação da empresa. Segundo a presidente do instituto, Marilene Ramos, os especialistas avaliam que a mancha não é compatível com o que costuma aparecer na região. A coleta das primeiras amostras foi feita ontem (7) e os resultados devem sair em até dez dias. Segundo o Ibama, a pluma tem uma parte com grande concentração de sedimentos que ocupa cerca de 392 quilômetros quadrados, e uma parte mais diluída que ocupa 6.197 quilômetros quadrados.

Nessa semana, fenômenos climáticos no Oceano Atlântico levaram a mudanças de correntes marítimas que causaram a movimentação da pluma de sedimentos, que estava concentrada próxima à foz do Rio Doce, no município de Linhares (ES). A pluma de turbidez chegou até a areia das praias da região, o que levou a Secretaria de Meio Ambiente do município a interditar a orla para banho desde ontem.

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