Samarco rejeita relatório da ONU sobre "lama tóxica" em Mariana
Mineradora disse que material não apresenta perigo à saúde humana
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Novas análises realizadas nos locais mais próximos à área da tragédia "confirmam que os dejestos provenientes da barragem de Fundão não representam perigo para as pessoas", enfatiza a Samarco. Em um comunicado à parte, a BHP Billiton assegura, da mesma forma, que a concentração de metais na água, analisada pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), não difere de maneira significativa de outras análises realizadas em 2010.
O estudo conclui que "não há indicadores de que a lama seja tóxica em relação a metais pesados". Especialistas da ONU afirmaram na quarta-feira que a lama de dejetos de minério liberada no rio pelo rompimento da barreira é tóxica.
"Novos testes provam que o colapso de uma barreira de dejetos pertencente à joint-venture entre Vale y BHP Billiton (Samarco), que lançou 50 milhões de toneladas de resíduos de minério de ferro, jogou altos níveis de metais pesados tóxicos e outros produtos químicos tóxicos no rio Doce", afirmou o Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU em um comunicado.
O texto - no qual aparecem citados o relator especial para direitos humanos e meio ambiente, John Knox, e o especialista independente de direitos humanos e substâncias e resíduos perigosos da ONU, Baskut Tuncak -, não especifica de que novas evidências se trata. Além disso, a ONU recrimina a atitude do governo brasileiro.
"Não é aceitável que se tenha demorado três semanas para que as informações sobre os riscos tóxicos da catástrofe tenham sido divulgadas", afirmam os especialistsa. "As medidas tomadas pelo governo brasilieor, a Vale e a BHP Billiton para evitar danos foram claramente insuficientes. O governo e as empresas devem fazer de tudo a seu alcance para evitar mais danos, incluindo a exposição a metais pesados e outras substâncias químicas tóxicas", alertaram Knox e Tuncak.
"O rio (Doce) agora é considerado morto pelos cientistas, e o lodo tóxico segue lentamente seu caminho rio abaixo na direção do Parque Nacional Marinho de Abrolhos, onde ameaça a vegetação protegida", acrescentou Knox.