Samu enfrenta dificuldades no atendimento em Porto Alegre

Samu enfrenta dificuldades no atendimento em Porto Alegre

Escassez de leitos clínicos e em Unidade de Terapia Intensiva aumenta o tempo das rotinas de atendimento

Gabriel Guedes

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O colapso do sistema de saúde de Porto Alegre por causa da Covid-19 está afetando o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) da Capital. A escassez de leitos clínicos e em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) tem aumentado o tempo das rotinas de atendimento, o que inclui a busca por um hospital ou Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e a liberação das macas pelas instituições têm reduzido a agilidade do serviço. Estima-se que estas operações têm durado algo em torno de 40 e 50 minutos, respectivamente, além de quase 1 horas para efetuar a desinfecção da ambulância, totalizando quase 3 horas para o fechamento de apenas um atendimento.

A situação foi apontada pelo vereador Jonas Reis (PT), na rede social Twitter. Entretanto, sem confirmar e nem negar os tempos mencionados pelo parlamentar da Capital, o coordenador municipal de Urgências, Diego Fraga, confirma que a situação é “bem” crítica, principalmente para achar um hospital para continuar o atendimento ao paciente socorrido. “Por causa das lotações das emergências, a gente tem esta situação, que está agravada. Enquanto a equipe faz o atendimento, o médico regulador fica procurando um lugar. Já a liberação da ambulância depende de vários fatores”, explica.

Além disso, na medida do possível, tem sido feito uma espécie de rodízio entre as emergências, para evitar que uma só acabe se sobrecarregando. “Quando dá, tem que escolher para onde encaminha o paciente, mas para deixar de forma mais igualitária dentro da rede de urgências”, afirma Fraga.

Outro ponto é que as ambulâncias do Samu têm sido mais demandadas para fazer transferências de pacientes com Covid-19 das UPAs para os hospitais. “Ou é realizado pelo Samu ou por ambulância contratada pelo município. Para isso temos uma para transporte de baixa complexidade e três de suporte avançado, para transportes entre UPA e hospital, além de contratos (terceirizadas)”, acrescenta. Fraga também não soube quantificar quantas transferências deste tipo já foram realizadas nos últimos dias. Entretanto, o número de regulações, que se trata do atendimento realizado pelo médico regulador, em fevereiro deste ano foi maior em relação ao ano passado, que de 6.209 passou para 7.746, assim como o de regulações clínicas, que avançou de 1.534 para 1.906.

Ao mesmo tempo em que os atendimentos têm demorado mais para serem concluídos, o coordenador de emergências afirma que também aumentou, na sua percepção, dentro das regulações clínicas, quadros com de dores no peito, falta de ar e outras condições clínicas, sintomas que podem estar associados à Covid-19 e outros problemas respiratórios. Em fevereiro de 2020 foram 36 atendimentos assim e no mesmo mês neste ano foram 101, quase duas vezes mais.  “Extrapolando o que aumentou nas emergências, acredito que também tenham aumentado no Samu”, equipara. O Samu de Porto Alegre conta com 16 ambulâncias e três de suporte avançado com médico. As demais apenas de suporte básico. O serviço conta com uma equipe de 30 profissionais.


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