Santa Casa comemora 25 anos do primeiro transplante de fígado no RS

Santa Casa comemora 25 anos do primeiro transplante de fígado no RS

Nesse período, mais de mil procedimentos foram realizados na instituição

Jéssica Mello

Santa Casa comemora 25 anos do primeiro transplante de fígado no RS

publicidade

A Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre comemorou nesta segunda-feira os 25 anos do primeiro transplante de fígado no Estado. Nesse período,1,2 mil procedimentos foram realizados na instituição. O evento, ocorrido durante a manhã, contou com a presença de todos os médicos da equipe e de diversos pacientes transplantados, entre eles a primeira, Marilene da Rosa.

“Todos os transplantados são meus irmãos. Eles brincam comigo que quanto mais eu viver, mais esperança eles têm”, disse. Nesse período, Marilene teve um filho, hoje com 22 anos, conheceu a família do doador, mas segue mantendo cuidados pós-operatórios. Ela se disse muito grata a decisão da irmã Ivone em autorizar a cirurgia, mesmo com a negativa dos outros irmãos. “Ela me disse: tomara que esteja assinando a tua vida e não tua morte”, lembrou ao abraçar a irmã. Elas recordam ainda que antes não eram totalmente favoráveis à doação de órgãos.

O chefe da equipe Guido Castiasani relatou que a escassez de doadores ainda é um problema. Já a cirurgiã da equipe Maria Lúcia Zanotelli conta que a lista de espera para o transplante de fígado fica entre 160 e 200 pacientes e que 20% são de fora do Estado. “Talvez tenha mais pacientes que necessitem, mas que acabam não chegando até o serviço”, disse.

O secretário Estadual de Saúde, João Gabbardo, ressaltou o papel da instituição como referência nacional. “O ato mostra um outro lado do sistema de saúde, o SUS que dá certo, com um serviço que os planos privados não oferecem. É uma área que atende a toda a população, mesmo aqueles com alto poder aquisitivo”. O transplante é totalmente financiado com recursos do governo federal, o que não reduz outros atendimentos. “Essa é uma política muito importante e um dos motivos pelo país ter um número tão elevado de transplantes. O Estado banca apenas o processo de capacitação e logística”, explicou Gabbardo.

Desde o início do ano, a Santa Casa realizou 224 cirurgias de transplante de órgãos, sendo a maioria de rim (101 de doadores falecidos e sete de doadores vivos), seguido por fígado (38 de doadores falecidos e um de doador vivo). No mesmo período de 2015, foram 231 cirurgias. 

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895