Secretário da Educação entende como tardio fim da greve do magistério

Secretário da Educação entende como tardio fim da greve do magistério

Escolas que aderiram à paralisação deve apresentar plano de recuperação das aulas

Luciana Nagel / Rádio Guaíba

Paralisação terminou depois de 25 dias e com adesão reduzida, segundo a Secretaria

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O secretário estadual da Educação, José Clóvis de Azevedo, considerou tardia a decisão do Magistério, tomada na tarde desta sexta-feira, de encerrar a greve. Em entrevista coletiva, Azevedo afirmou que os dias parados serão abonados e reiterou que o governo e a Secretaria da Educação sempre estiveram abertos ao diálogo com o Cpers-Sindicato.

Azevedo alertou que as direções das escolas que aderiram à greve devem apresentar de imediato um plano de recuperação das aulas e da jornada de trabalho dos professores. Conforme o secretário, apenas 16 paralisaram totalmente as atividades durante a greve.

Cerca de 400 professores participaram da assembleia que encerrou a paralisação, deflagrada em 26 de agosto. Eles se reuniram no Largo Zumbi dos Palmares, no Centro da Capital, a fim de analisar o impasse nas negociações com o governo.

A presidente do Cpers, Rejane Oliveira, afirmou que o encerramento da greve não significa o fim das manifestações da categoria. Ela também informou que, em 23 de setembro, o sindicato se reúne com Azevedo para discutir o aumento, para R$ 15, do valor do vale-alimentação, que hoje é de R$ 7.

Depois de 25 dias de manifestação, o Piratini seguia emitindo balanços de que a greve obteve adesão de menos de 6% da categoria e paralisou cerca de 1% das escolas da rede pública.

O Estado já garantiu 24 mil promoções represadas desde o início da década, e admite rediscutir, sem suspender, a reforma do Ensino Médio. O impasse maior, porém, se refere ao pagamento do piso nacional do magistério. O governo garante ser impossível pagar o benefício enquanto o indicador for o custo-aluno do Fundeb, que foi reajustado em 22%. ano passado. O Piratini garante a intenção de pagar o piso, desde que ele varie com base na inflação medida pelo INPC. Em caso contrário, segundo o governo, são necessários pelo menos R$ 3 bilhões, verba que, conforme a Secretaria da Educação, não existe em caixa.

Ainda na assembleia de hoje, o Cpers rejeitou a proposta de desfiliar Azevedo dos quadros da entidade. Como não havia agenda disponível no Auditório Araújo Viana, o Cpers teve de agendar o encontro ao ar livre, mesmo sob um calor de pelo menos 34ºC.

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