Secretário-geral esperava documento mais ambicioso na Rio+20

Secretário-geral esperava documento mais ambicioso na Rio+20

Abertura oficial da conferência está marcada para as 16h

Agência Brasil

Secretário-geral da Rio+20, Sha Zukang, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e a presidenta Dilma Rousseff participam da primeira reunião plenária da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável

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O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, disse nesta quarta que esperava que a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, tivesse um rascunho de documento final mais ambicioso. Ele acredita, no entanto, que ainda é possível que os chefes de Estado e de Governo que participam do evento, no Rio de Janeiro, “desempenhem seu papel de cidadãos globais e analisem as questões de maneira mais integrada e abrangente”.

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“As negociações foram muito difíceis e lentas devido às ideias conflitantes, aos anseios e interesses próprios de cada país. Mas esse não é um fim, é apenas o início de muitos processos que estão por vir. São os líderes mundiais que podem decidir, eles que têm vontade política e precisam ir além dos interesses nacionais e de grupos específicos”, afirmou, durante entrevista coletiva, no Riocentro, zona oeste do Rio de Janeiro.

Ainda segundo o secretário-geral da ONU, um dos legados mais duradouros da Rio+20 será seu potencial catalisador de mudanças globais. Ele fez um alerta aos líderes globais sobre a necessidade de agirem com urgência para mudar os rumos do planeta.

“Minha mensagem para os líderes globais é clara: o desenvolvimento sustentável chegou para ficar. Nossos recursos são escassos e o tempo está acabando. A natureza não negocia com seres humanos”, enfatizou.

Esforço conjunto


Na abertura oficial da Rio+20, às 16h, a presidente Dilma Rousseff deve defender a necessidade de um esforço conjunto para garantir um planeta sustentável. No discurso, ela pretende destacar os avanços obtidos no texto do documento da conferência, no qual o desenvolvimento sustentável deve ocorrer por meio da erradição da pobreza e a inclusão social.

Dilma irá ressaltar a necessidade de se pensar nas gerações futuras. Ela pretende dar um tom conciliador eliminando a sensação de que as divergências causadas pela falta de acordo em relação a temas-chave prevaleceram nas negociações dos últimos dias.

A presidente pretende reiterar que o documento final foi o consenso possível. Nessa terça, no México, Dilma respondeu às críticas sobre a ausência de vários pontos notexto, como queriam as nações em desenvolvimento e os movimentos sociais, tais como a criação de um fundo para o desenvolvimento sustentável e a transformação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) em órgão autônomo. Para a presidente, é necessário entender a aprovação do rascunho do texto final como uma vitória.

“Temos que comemorar, sim, como uma vitória do Brasil, ter conseguido aprovar um documento que seja um documento oficial entre os diferentes países, contemplando posições distintas”, disse, depois da reunião de Cúpula do G20 (países com as maiores economias do mundo), em Los Cabos, no México.

Na abertura da Rio+20, deverão estar presentes cerca de 100 chefes de Estado e Governo. Pelo menos 50 têm direito a discursar, por cerca de cinco a dez minutos. Pelo modelo de reuniões anteriores, os presidentes, vice-presidentes, primeiros-ministros e vice-primeiros-ministros fazem uma espécie de balanço sobre o que seus países avançaram na área de desenvolvimento sustentável.

Um dos discursos mais esperados, de acordo com os negociadores, é o do presidente da França, François Hollande. No cargo há cerca de um mês, Hollande deve fazer um discurso oposto ao do seu antecessor, Nicolas Sarkozy. O atual presidente francês é defensor das questões ambientais e do desenvolvimento sustentável.


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