Secretaria da Saúde detalha medidas que divergem de movimentos ligados ao Outubro Rosa

Secretaria da Saúde detalha medidas que divergem de movimentos ligados ao Outubro Rosa

João Gabbardo dos Reis disse que exames contra o câncer de mama devem ser feitos a cada dois anos após os 50 anos

Mauren Xavier

Encontro ocorreu com representantes das Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS)

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Em meio ao início da programação do Outubro Rosa, que busca ampliar a conscientização em relação ao câncer de mama, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) anunciou nesta sexta as recomendações relacionadas à doença. Em encontro com representantes das Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS), o secretário estadual João Gabbardo dos Reis, detalhou as medidas, que divergem daquelas divulgadas por movimentos ligados ao Outubro Rosa.

A principal está relacionada à recomendação da mamografia. Tendo como referência estudos científicos e de entidades, como a Organização Mundial da Saúde, a orientação é que o exame seja realizado nas mulheres sem sintomas ou histórico entre os 50 anos e os 69 anos, com uma periodicidade de dois anos entre cada. Os movimentos de campanha estimulam que a mamografia seja feita anualmente nas mulheres com mais de 40 anos. Segundo Gabbardo, os estudos mostram que os malefícios são maiores do que vantagens, uma vez que há uma exposição maior da mulher, sem um ganho efetivo. Destacou o exemplo da emissão de radiação.

O secretário, baseado em estudos científicos, apontou que em função do excesso de estímulo há uma quantidade grande de exames e tratamentos desnecessários. “As estimativas são de cerca de 30% dos procedimentos e tratamentos não são necessários”, apontou. Para ele, o relevante é que campanhas como a do Outubro Rosa estimulem, ao invés da realização de exames, a adoção de comportamentos saudáveis por parte das mulheres, como uma alimentação equilibrada e prática de exercícios. “Essa postura reduz em 28% as chances de desenvolver a doença”, destacou. Outra orientação está relacionada ao autoexame, o que segundo ele há um erro técnico dizer que isso irá reduzir na mortalidade. Isso porque os nódulos tendem a ser identificados de maneira casual. Dos casos de câncer de mama, 90% das vezes são de nódulos fixos e endurecidos. Já os casos de caráter hereditário correspondem a 5% e 10% dos registros.

A recomendação da SES será repassada agora às secretarias municipais, para ser adotada nas rotinas de atendimento. Ao mesmo tempo, o secretário se comprometeu de que nenhuma solicitação de exames fora do padrão será rejeitada. “A decisão soberana sobre pedir exames é do médico”, enalteceu.

Entre os fatores de risco para o desenvolvimento da doença está histórico de menarca precoce, que significa a primeira menstruação antes dos 12 anos; menopausa tardia, após os 55 anos; a primeira gravidez após os 30 anos; a nuliparidade (sem filhos); o uso de contraceptivos orais e terapia de reposição hormonal pós-menopausa.




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