Segundo caso de baleia Bryde morta no Litoral chama atenção de biólogo

A baleia que apareceu morta na tarde desta terça-feira em balneário Imara, no município de Imbé, é da mesma espécie da que apareceu morta no dia 18 em balneário presidente. Ambas são da espécie Bryde. A desta vez era uma fêmea, relativamente nova, de acordo com o biólogo Paulo Ott. O mamífero morreu há alguns dias, muito provavelmente no meio do oceano e seu corpo foi carregado pela maré que o deixou na costa.

Conforme Ott, o animal não é um filhote e pesa em torno de 10 toneladas. Não havia sinais externos de que ela tenha sido ferida. O animal será enterrado após exames. “Essa espécie de baleia foi muito caçada nos anos 60 e 70 aqui no Brasil”, disse. “Alguns espécies adultos chegavam a pesar muitas toneladas.”

De acordo com Ott, esta espécie de baleia é deferente de todas as outras existentes. Por exemplo , a jubarte vai para regiões mais frias no verão, como a Antártica e no inverno vem para a costa. “Essa baleia passa o ano inteiro no litoral”, disse Ott. “Apesar de ser pouco conhecida, estima-se que sua migração seja de costa para o oceano no inverno e mais perto da orla no verão”, complementou.

Esta época do ano, a Bryde costuma se aproximar da costa. Tanto que no Rio de Janeiro já foram vistas se alimentando de cardumes de sardinhas. Porém, salientou Ott, chama a atenção o aparecimento de duas baleias mortas e menos de duas semanas. Segundo o biólogo, ele monitora o litoral gaúcho, de Torres e Mostardas, desde 1991, a de Balneário Presidente foi a 11 baleia a aprecer morta e essa a 12. “Chama muito a atenção, pois em 25 anos são 12, sendo que as duas últimas em uma semana.”