Sem acesso às lojas, população é surpreendida com novas restrições nos comércios de Porto Alegre

Sem acesso às lojas, população é surpreendida com novas restrições nos comércios de Porto Alegre

Novas regras municipais para parte do comércio passaram a vigorar nesta terça

Cláudio Isaías

Algumas redes ofertaram na porta do estabelecimento o serviço de pagamento de carnês

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Para a surpresa de muitos clientes, as grande lojas do Centro de Porto Alegre amanheceram fechadas nesta terça-feira, em função do novo decreto municipal publicado nessa segunda-feira. Na loja da C&A, na rua dos Andradas, alguns clientes chegaram a formar fila à espera da abertura do estabelecimento comercial. Outras redes como a Renner, Gaston, Paquetá, Casas Maria, Marisa, Riachulo, Pernambucanas, Magazine Luiza e lojas Colombo não abriram suas portas no dia de hoje.

A única loja aberta foi as Americanas, que registrou um intenso movimento de clientes. O local foi interditado à tarde. A Secretaria Municipal de Desenvolvimento informou que a partir de hoje tanto as lojas do comércio de rua quanto as dos shopping centers estão sendo fiscalizadas para verificar se estão cumprindo o decreto publicado pela prefeitura.

Tanto a Renner da rua dos Andradas, como a filial da Otávio Rocha, colocaram cartazes para informar os clientes sobre o fechamento do estabelecimento comercial. No recado, dizia que os estabelecimentos estão " comprometidos com as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) para passarmos por este momento delicado da melhor forma possível, por isso, mudamos nossas rotinas".

O comunicado alerta que as lojas estarão fechadas, temporariamente, seguindo orientação do Município de Porto Alegre (decreto 20.608 de 15 de junho de 2020). Durante este período, continuarão à disposição através da loja virtual e do aplicativo.

Na rua dos Andradas, os funcionários da Renner colocaram três guichês na frente do estabelecimento comercial, com álcool em gel, para que os clientes pudessem realizar o pagamento da fatura no cartão de débito. Não foi permitido a entrada do público na loja.

Nas lojas Magazine Luiza e Colombo, na rua Doutor Flores, os funcionários informavam os clientes sobre as novas restrições. O acesso de clientes aos dois estabelecimentos comerciais somente era permitido para o pagamento de faturas do cartão e contas de água,luz, IPTU, internet e telefone, no caso das lojas Colombo.

Shoppings centers com lojas fechadas

As lojas de shopping centers da Capital permaneceram fechadas conforme a determinação da prefeitura. No shopping Praia de Belas, BarraShoppingSul, Iguatemi, Total, João Pessoa e Rua da Praia lojas como a Renner, Paquetá, Magazine Luiza, Gaston, Ponto Frio, Americanas, Riachuelo estavam todas fechadas. O funcionamento dos seis estabelecimentos comerciais seguem com horários reduzidos sempre a partir do meio-dia.

Na chegada, todos os clientes são informados pelas equipes de segurança do uso obrigatório da máscara e da verificação da temperatura. No shopping Total, a gerente de marketing, Sílvia Rachewsky, informou que o local segue funcionando com 50% da sua capacidade, ou seja, 4.800 mil pessoas neste momento. Os shoppings seguem respeitando o decreto municipal com a adoção de medidas de prevenção como o uso de máscaras para funcionários e clientes e a aferição da temperatura.

Em nota, a Câmara de Dirigentes Logistas (CDL) de Porto Alegre entendeu que houve uma significativa evolução entre a divulgação inicial das novas medidas para o fechamento do comércio na Capital, no dia 12 de junho, e as flexibilizações propostas pela prefeitura na segunda-feira, dia 15. Com isso, para a entidade, a prefeitura demonstrou sensibilidade e respeito ao ouvir os argumentos do setor varejista. Ela ainda salientou a complexidade desta situação e a importância dos cuidados com a saúde e do prognóstico da capacidade hospitalar da cidade.

Assim como também se preocupa com as oscilações da liberação do isolamento social e a falta de previsibilidade para as atividades comerciais. Muitos empresários estão sendo atingidos pelas novas medidas, o que amplia ainda mais a situação difícil que vinham vivendo desde o mês de março. Para retomar suas operações, os empresários convocaram novamente para o trabalho os funcionários que estavam com contratos suspensos, compraram novos estoques e realizaram investimentos para adequação às normas sanitárias. 

Agora, com um novo fechamento, terão ainda mais dificuldades para funcionar, agravamento dos prejuízos e dificuldades para manutenção de empregos. A CDL-POA acredita que a única forma de mitigar os danos dos movimentos constantes de abertura e fechamento do comércio é um planejamento mais consistente contendo maior previsibilidade das ações, e, da mesma, forma, se coloca à disposição das autoridades públicas para continuar auxiliando neste processo.

O presidente do Sindilojas Porto Alegre, Paulo Kruse, disse esperar que a contaminação da Covid-19 não evolua e que assim os lojistas possam retomar suas atividades. "Os dias serão difíceis com o fechamento de muitas lojas e com mais demissões no setor", acrescentou. Ele afirmou que 2020 é um ano que o comércio deve esquecer para sempre.


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