Sem coleta seletiva, lixo começa a acumular nas ruas de Porto Alegre
Cooperativa responsável pelo serviço suspendeu o trabalho em razão da falta de repasses da Prefeitura
publicidade
Na manhã desta sexta-feira, nas ruas Luiz Afonso, José do Patrocínio e República, no bairro Cidade Baixa, e nas ruas Demétrio Ribeiro, Fernando Machado e Washington Luiz, no Centro, já era possível encontrar lixo reciclável. Em alguns locais como as ruas da República e José do Patrocínio, os sacos de lixo com o material foram rasgados por catadores e o material espalhado nas vias.
Na quinta-feira, o juiz da 18ª Vara do Trabalho de Porto Alegre, Paulo Ernesto Dorn, recebeu a ação trabalhista coletiva ajuizada pela Cootravipa, em nome dos dois mil associados. A ação busca liminar que ordene ao Município o pagamento imediato dos valores devidos à Cootravipa relativos a todos os contratos para coleta de lixo e limpeza da cidade. Os pagamentos dos contratos de coleta seletiva e de limpeza de praças e parques não são realizados desde agosto. O valor total devido é de R$ 1,63 milhão.
O juiz intimou a prefeitura de Porto Alegre a se manifestar em um prazo de cinco dias, contados a partir da sexta-feira, dia 6. Os serviços de coleta seletiva e de limpeza de praças e parques estão paralisados desde quarta-feira, em toda a cidade. Na limpeza de praças, parques e áreas verdes de Porto Alegre atuam 109 funcionários. Já a coleta seletiva é realizada por 138 garis.
A presidente da Cootravipa, Imanjara de Paula, explica que a medida extrema foi tomada porque a cooperativa não tem mais condições de pagar os salários e outros direitos dos trabalhadores, como vale-transporte e vale-alimentação e nem abastecer os caminhões e os ônibus que transportam os trabalhadores.
Os representantes do Fórum dos Catadores e das Unidades de Triagem da Capital e do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, manifestaram apoio à demanda da Cootravipa. Maria Inês dos Santos, coordenadora do Fórum, apresentou as dificuldades enfrentadas pelos catadores nos galpões de triagem em função da falta de material.
No encontro com vereadores de Porto Alegre, ela pediu atenção aos trabalhadores e implementação de campanhas de conscientização social, assim como, ações para promover o aumento do recolhimento de lixo reciclável, “Os galpões de triagem neecssitam cumprir contratos e os trabalhadores precisam receber seu salário para que possam sustentar as famílias”, acrescentou.