Sem plano B, apenas um transformador mantinha energia do Amapá

Sem plano B, apenas um transformador mantinha energia do Amapá

Dos três equipamentos, dois já estavam parados, um deles, desde 2019

R7

Governador Waldez Góes define estratégias de assistência à população

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O colapso no abastecimento de energia e de água no estado do Amapá mobilizou a atenção do presidente Bolsonaro até depois da meia noite desta sexta-feira (6). Pessoalmente, o presidente divulgou um vídeo, gravado depois das 23h, aparentemente na biblioteca do Palácio da Alvorada, em que dá explicações técnicas sobre a pane e promete solução imediata.

A nota lida por Bolsonaro deixa claro que o abastecimento de energia do estado do Amapá era feito por apenas um transformador, que pegou fogo. "Dos três transformadores da empresa estadual de energia, um está em manutenção desde dezembro de 2019. Outro ficou destruído após pegar fogo. E um terceiro carecia de manutenção básica para voltar a funcionar."

Bolsonaro ressalta que a resposta federal à emergência foi imediata, com o envio do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque à capital, Macapá. E informou medidas adotadas pela força tarefa militar. Ao longo da sexta feira, relatos de falta de água e energia se multiplicaram pela internet, por meio de vídeos gravados pela própria população.

Atuam politicamente junto ao governo federal para normalizar a situação os senadores do Amapá, Davi Alcolumbre (DEM), presidente do Senado, e Randolfe Rodrigues (Rede). A expectativa é de retomada paulatina de 60% do abastecimento, segundo promessa do próprio Bolsonaro.

Neste sábado, Alcolumbre está a caminho do Amapá.

Senador aciona Justiça Federal

O senador Randolfe Rodrigues entrou, na sexta-feira, na Justiça Federal do Amapá com duas ações populares com relação ao blecaute que ocorre desde terça-feira no estado e deixou 14 dos 16 municípios sem energia elétrica.

Na primeira ação, o parlamentar pede que a CEA (Companhia de Eletricidade do Amapá) indenize os usuários pelos prejuízos decorrentes do apagão e que não sejam cobrados os valores relativos aos dias sem luz. Os comerciantes foram muito prejudicados, com a escassez de gêneros básicos e a deterioração de alimentos perecíveis. Mas também houve problemas na prestação de serviços públicos essenciais, como atendimentos médicos.

Os principais hospitais do estado operam à base de geradores a óleo diesel, num momento de aumento das contaminações pelo coronavírus em todo o estado. Redes telefônicas e de internet estão instáveis.

A outra ação é referente à investigação das causas do blecaute e apuração de responsabilidades, com punição dos eventuais envolvidos e reparação dos danos, individuais e coletivos. É endereçada à União, ao presidente Bolsonaro, ao governador Waldez Goés, Agência Nacional de Energia Elétrica, Empresa de Pesquisa Energética, Operador Nacional do Sistema, Companhia de Eletricidade do Amapá, Eletronorte e Isolux.

São solicitadas medidas de socorro à população, como fornecimento de água potável, cestas básicas e medicamentos. Pede ainda que a Polícia Federal e o Ministério Público instaurem inquéritos para investigar responsabilidades do apagão.

A ação popular cobra a apresentação em um prazo de até 12 horas pela empresa Isolux de um plano de restabelecimento da energia elétrica e a resolução definitiva do problema em até 72 horas, sob pena de multa diária de R$ 1 milhão, em caso de descumprimento.

"A maioria dos estabelecimentos comerciais não têm geradores e estão desde a noite de terça sem energia. Para piorar, muitas pessoas também tiveram o abastecimento de água interrompido, agravando ainda mais a situação", denunciou Randolfe.

Durante a madrugada, foram registrados protestos no estado. Barricadas com fogo foram montadas em ruas para bloqueio de passagem. Houve ainda panelaço.

Mas agora há relatos de moradores do Macapá de que a luz voltou em alguns bairros, em especial no centro, mas, por causa das oscilações de energia, aparelhos eletrônicos queimaram.


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