Sem tumultos, começa votação do sistema de cotas na Ufrgs
Estudantes estão acampados desde ontem no saguão da Reitoria
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Cerca de 70 conselheiros, entre professores, funcionários e alunos, discutem a nova proposta a ser implantada a partir do próximo vestibular. O documento elaborado pela comissão que avaliou os cinco anos do programa de políticas afirmativas pretende ampliar as cotas de 30% para 40% pelo período de 10 anos. Já professores dos cursos de química e geociências pedem a manutenção da atual política por sete anos.
Integrantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) defendem reserva de 50% das vagas para cotistas e desvinculação da questão social da racial. Assim, metade das cotas seria destinada a estudantes oriundos do ensino público e o restante a autodeclarados negros, mesmo que tenham estudado em escola particular.
O DCE pede ainda ampliação da reserva indígena para 20 vagas e da assistência estudantil, a fim de garantir a permanência dos cotistas e a conclusão da graduação. Pela proposta do conselho, os índios devem ter 10 vagas anuais, sendo uma em cada curso previamente escolhido junto à comunidade indígena.
O diretório defende também que sejam excluídos do sistema os oriundos de escolas militares, que possuem ensino diferenciado e não são subordinados ao Ministério da Educação (MEC).
A proposta do Consun sugere ainda a criação de uma Coordenadoria de Acompanhamento do Programa de Ações Afirmativas, ligada à Pró-Reitoria de Coordenação Acadêmica. A intenção é que, com o órgão, os integrantes tenham autonomia para receber demandas dos cotistas, realizar acompanhamento dos alunos e sugerir mecanismos de aperfeiçoamento ao conselho.
Outra sugestão da comissão que avaliou o sistema de cotas é de que seja impossibilitada a participação de quem já se formou em outra graduação, a fim de garantir o acesso de quem ainda não teve a possibilidade de realizar um curso superior.
Para concorrer às cotas sociais, os alunos devem ter cursado ao menos metade do ensino fundamental e todo o ensino médio em escolas municipais, estaduais ou no Ensino de Jovens e Adultos (EJA).
A votação deve se prolongar, já que precisam ser avaliados os apontamentos de todos os conselheiros que pediram vistas no encontro anterior, há duas semanas. A publicação do edital do vestibular de 2013/1 depende da aprovação do programa, e o prazo para publicação é até o começo de setembro.