Seminário na Assembléia discute trânsito mais seguro no Rio Grande do Sul

Seminário na Assembléia discute trânsito mais seguro no Rio Grande do Sul

Desde janeiro, 979 acidentes foram registrado com 103 mortes no Estado

Henrique Massaro

Desde janeiro, 979 acidentes foram registrado com 103 mortes no Estado

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“Nossa sociedade está em uma velocidade que o trânsito não comporta”. A frase é da presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro, deputada estadual Liziane Bayer, e demonstra que é momento de se discutir afundo a questão. Com este objetivo, foi realizado nesta sexta-feira na Assembleia Geral, em Porto Alegre, o 2º Seminário Estadual por um Trânsito Mais Seguro, que apresentou dados trazidos por palestrantes e autoridades da área.

O momento social destacado pela deputada se trata de uma transição. O ritmo acelerado do dia a dia do tráfego nas cidades, nada tem a ver com o sonho vendido pelas montadoras de automóveis de uma longa via aberta para se dirigir tranquilamente. E é neste conflito, comenta Liziane, que está o problema a ser combatido através da reeducação dos atuais condutores e na educação dos motoristas do futuro.

Enquanto isso, algumas medidas tentam reduzir a insegurança. Foi sobre elas que falou o presidente do Detran do Rio Grande do Sul, Ildo Szvinvelski. Segundo ele, a frota nas cidades e o número de habilitações continuam crescendo, o que aumenta também o trabalho preventivo. Mas, conta, operações como a Balada Segura e a Viagem Segura, além de pontuais suspensões e cassações de licenças para dirigir, têm se mostrado eficazes.

E o número de acidentes têm, sim, diminuído nos últimos anos. Segundo o presidente do Detran, em 2016 os números já baixaram cerca de 10% com relação a 2015, que, por sua vez, já havia reduzido em 16% se comparado a 2014. Os dados são comemorados, mas, mesmo assim, ainda não são os ideais, explica Szvinvelski. Isso porque este ano já foram registrados 979 acidentes, 103 deles com mortes.

As principais causas dessas ocorrências são o consumo de álcool e o excesso de velocidade. E elas estão, na maioria das vezes, associadas, explica o presidente do Centro de Pesquisa em Álcool e Drogas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Flávio Pechansky. Durante o seminário, ele falou que, hoje, as campanhas de prevenção quanto ao consumo de bebidas alcoólica associado ao volante têm se mostrado praticamente ineficientes, mas que podem ser eficazes para educar os futuros condutores. Ainda segundo Pechansky, o uso de drogas consideradas menos pesadas como a maconha, comprovadamente, alteram os sentidos e podem ser causadoras de acidentes no trânsito.

Conforme estudo apresentado pelo Centro de Pesquisa em Álcool e Drogas, mais de 3,4 mil pessoas no mundo morrem diariamente no trânsito. Somente no trânsito brasileiro, são 116 mortes diárias. Os países em desenvolvimento representam a maioria deles (92%), mesmo tendo menos da metade da frota mundial (48%). Atualmente, calcula-se que exista um custo global de aproximadamente 18 milhões de dólares em acidentes por ano.

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