Seminário promovido pelo Sinduscon-RS detalha restauro da Estátua do Laçador

Seminário promovido pelo Sinduscon-RS detalha restauro da Estátua do Laçador

Evento aconteceu no último domingo (3) em Porto Alegre

Felipe Samuel

Zalmir Chwartzmann conduziu a abertura do seminário

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Os principais responsáveis pelo restauro da Estátua do Laçador detalharam no último domingo (3) em seminário na Capital os 100 dias do processo de revitalização da estrutura. Engenheiros, escultores, entre outros profissionais, mostraram os principais desafios enfrentados para retirar e recolocar a estrutura - que pesa pouco mais de 4 toneladas - e as tecnologias usadas para a conservação da obra. A estrutura foi recolocada no Sítio do Laçador em 11 de janeiro.

No auditório do Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), um dos responsáveis pelo restauro da Estátua do Laçador, o engenheiro Tadeu Motter explicou que a retirada e a recolocação da estrutura na avenida dos Estados, próximo ao Aeroporto Salgado Filho, foram os momentos de maior tensão para a equipe. "São dois momentos cruciais e de mais tensão, quando retiramos a estrutura e ainda existia o 'aspecto' de desconhecimento do que tinha lá. Ninguém sabia como estava chumbado no local e fomos descobrindo à medida que fomos retirando o concreto", destacou.

Ao detalhar a parte técnica do restauro, Tadeu explicou que dentro do monumento foi colocada uma estrutura de inox, numa espécie de 'esqueleto' para dar sustentação ao Laçador. Conforme Motter, para realizar o trabalho uma "janela" foi aberta às costas do monumento. "Observamos todos os problemas que o Laçador estava sofrendo, que eram fissuras e rachaduras causadas pela umidade que o concreto retinha. Por isso a gente colocou uma estrutura de inox para evitar esse tipo de reação e deixar a roupagem do Laçador preservada", observa.

Antes da colocação da estrutura de inox, a equipe realizou o jateamento para retirada de sujeira e gordura do Laçador, o que permitiu verificar os locais com maior número de fissuras e rachaduras. "O que a gente fez foi melhor e muito a estrutura", avaliou. Ao fazer a abertura do seminário, o coordenador do Projeto Construção Cultural - Resgate do Patrimônio Histórico, Zalmir Chwartzmann, destacou a importância da obra para a cultura gaúcha. Segundo Chwartzmann, os palestrantes apresentaram um pouco da história e os detalhes do trabalho realizado na estrutura.

Entre os desafios enfrentados para o restauro da obra, Chwartzmann salientou a retirada e a devolução do monumento. "Foi a fase mais delicada operacionalmente. Isso realmente aconteceu. A gente estava preocupado, mas a gente só colocou especialistas no projeto, os melhores em cada uma das áreas. Tudo ocorreu da melhor forma", avaliou. Ele destacou a importância da revitalização do monumento e da necessidade de 'cuidar da cultura'. "Quando a gente estava fazendo o restauro, se percebeu num primeiro momento que tinha algumas fissuras. Até o pessoal se surpreendeu, disse que não era tanto assim", lembrou.

Entre os principais responsáveis pela revitalização que participaram da palestra estão a arquiteta restauradora Verônica Di Benedetti, os engenheiros civis Tadeu Motter e Valmir Hanzen, o restaurador Ricardo Jaekel, o Escultor Luiz Henrique Mayer, entre outros profissionais. Durante o seminário, o público ganhou o Caderno de Restauro, um documento onde foram registradas todas as especificidades do projeto ao longo dos 100 dias e que se tornaram um livro sobre o restauro do Laçador.

O projeto foi realizado pelo Sinduscon e pela Associação Sul Riograndense da Construção Civil, além de contar com a prefeitura como co-realizadora. O custo total de realização da obra é de R$ 900 mil, sendo R$ 810 mil captados através da Lei de Incentivo à Cultura, do Governo do Estado, e R$ 90 mil de aporte da Prefeitura de Porto Alegre. A revitalização contou ainda com o patrocínio da Gerdau e Sulgás e apoio da JOG Andaimes, Elevato e Ministério Público do Rio Grande do Sul.


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