Senge-RS defende revisão no modelo de gestão, manutenção predial e da segurança contra incêndios

Senge-RS defende revisão no modelo de gestão, manutenção predial e da segurança contra incêndios

Entidade dos engenheiros gaúchos entende que todo sinistro é procedido de um conjunto de falhas

Correio do Povo

Sede da SSP desabou em meio ao fogo, restando apenas escombros

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O Sindicato dos Engenheiros do Estado do Rio Grande do Sul (Senge-RS) divulgou nota oficial na qual alerta para a necessidade de revisão no modelo de gestão, manutenção predial e da segurança contra incêndios. “O incêndio que se abateu sobre o prédio da Secretaria de Segurança Pública do RS gerou imagens dramáticas que afetaram todos os gaúchos e, claro, as famílias das possíveis vítimas e o Corpo de Bombeiros. Muito embora as causas do sinistro ainda estejam sendo investigadas, é impossível não lamentar um outro lado também perverso da realidade, no qual o centro operacional da segurança em nosso Estado tenha se demonstrado tão inseguro”, diz.

“Partindo desta constatação, podemos indagar: se a segurança contra incêndio naquele edifício era tão frágil, não obstante a existência de um PPCI, o que devemos fazer como sociedade para evitar novos e lamentáveis acontecimentos, considerando a existência de milhares locais públicos e privados de grande circulação?”, questiona.

“É impossível exigir que o poder público mantenha suas instalações 100% seguras e atualizadas tecnologicamente. O trabalho do Corpo de Bombeiros Militar é exemplar em todos os sentidos. Mas por outro lado, temos a cada dia novos materiais e novas tecnologias que ampliam a segurança e a vida útil das construções. Já passamos da hora de resolver isso com investimentos e com Engenharia”, acrescenta no comunicado.

Conforme o Senge-RS, o incêndio do prédio da SSP poderia ser evitado. “Todo o incêndio dessa magnitude é procedido de um conjunto de falhas. Daí a importância do trabalho das perícias que trarão elementos fundamentais ao aperfeiçoamento da gestão da segurança contra incêndios no RS. Nem tudo está errado. O que precisamos é olhar para o futuro e discutirmos ainda mais as melhorias, sem atacar nem precarizar os avanços e os modernos conceitos hoje já presentes na Lei Kiss desde 2013”, observa a entidade.

O Senge-RS lembra que já apresentou diversas vezes propostas sobre o tema, como elaboração de Plano Estadual de Segurança Contra Incêndio e Emergências; quadro técnico de especialistas, com engenheiros e arquitetos, no Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul e no próprio Governo do Estado; e oportunizar a elaboração de projetos especiais, indo além de medidas prescritivas. A entidade também defende a discussão sobre o auto licenciamento de PPCIs, que "hoje, de certa forma, ocorre no RS com a participação de leigos"; e ampliação do debate das discussão de leis municipais sobre inspeção predial. “Estamos a postos para o amplo debate e que a partir de um modelo colaborativo e técnico possamos vencer esse trágico episódio e construir melhorias”, conclui o Senge-RS.


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