Servidores criticam gestão do Grupo Hospitalar Conceição

Servidores criticam gestão do Grupo Hospitalar Conceição

Rede de hospitais possui o terceiro maior orçamento do Estado, mas emergências estão sempre lotadas

Marcos Koboldt / Correio do Povo

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O Grupo Hospitalar Conceição (GHC) possui o terceiro maior orçamento na área de saúde do Rio Grande do Sul, atrás apenas para as secretarias estadual e municipal de Porto Alegre, respectivamente. O orçamento anual é de quase R$ 900 milhões. A Associação dos Servidores do GHC (Aserghc) critica, no entanto, o fato de que os recursos poderiam ser melhor usados para reduzir a lotação diária das emergências, por exemplo.

Conforme a Aserghc, o tempo médio de internação de um paciente no Hospital Nossa Senhora da Conceição chega a 11 dias – três a mais do que no Hospital de Clínicas. “A cada nove dias poderíamos receber 900 pacientes novos”, explicou o presidente da Aserghc, Arlindo Ritter. Segundo ele, pacientes só recebem alta de segunda a sexta. “Há pouco tempo um servidor ficou internado 30 dias para colocação de um ‘stent’. O GHC precisou comprar o procedimento no Instituto de Cardiologia, pois o equipamento estava estragado”, afirmou.

O dirigente revelou ainda que a categoria pretende fazer um levantamento do número de cargos em comissão (CCs) na instituição. Conforme Ritter, das 22 gerências do GHC, 13 são ocupadas por pessoal fora do quadro. A categoria pretende recorrer ao Ministério Público do Trabalho na tentativa de reverter a situação. “Os CCs têm carteira assinada, folha ponto e benefícios iguais aos servidores de carreira”, assinalou.

Outro impasse envolve a terceirização de serviços de limpeza e lavanderia, a partir de 2002. “Como não há quadro técnico, a rotatividade é alta. O serviço, como a limpeza de roupas, é deficitário”, frisou. O gerente de Recursos Humanos do GHC, José Pedro da Luz, contesta a posição da Aserghc. “Temos apenas oito CCs (cargos em comissão), todos na direção. Temos 250 funções gratificadas e as gerências são ocupadas por pessoal cedido do Estado e do município.”

Sobre o passivo trabalhista, José Pedro considera a situação sob controle. “Em 2003, cerca de 60 funcionários ingressavam na Justiça por semana e, atualmente, são 20 demandas mensais. “Há oito anos os investimentos anuais do GHC somavam R$ 3 milhões e, agora, totalizam R$ 30 milhões. O quadro aumentou de 5,7 mil para 7,9 mil”, finalizou.

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