Servidores da Unidade de Saúde Modelo protestam por corte no vale-alimentação

Servidores da Unidade de Saúde Modelo protestam por corte no vale-alimentação

Funcionários receberam lanches em ação de grupo de fast-food

Correio do Povo

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Profissionais da Unidade de Saúde Modelo, localizada no bairro Santana, em Porto Alegre, foram surpreendidos nesta quinta-feira com a entrega de cem refeições pela rede McDonald´s. Desde o início da pandemia do novo coronavírus, a marca, operada pela Arcos Dourados no país, reforçou a atuação junto a servidores que estão na linha de frente do combate à doença. Ao mesmo que parte do grupo recebia a refeição, da janela da unidade profissionais mostravam cartazes com mensagens criticando a prefeitura pela falta de pagamento do vale-alimentação a  funcionários do Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família (Imesf).

Coordenadora do Centro de Saúde Modelo, a enfermeira Gerusa Bittencourt explica que a doação representa o reconhecimento ao trabalho dos profissionais que atuam no combate à Covid-19. "A gente vê a importância desses serviços, especialmente dos serviços públicos que garantem acesso a toda população, sem distinção de classe, gênero e de raça", destaca. O gesto da rede de fast food também impacta no ânimo dos profissionais. "É fundamental esse reconhecimento para a gente não desanimar também, porque aqui no RS ainda não estamos no pico da pandemia", destaca.

A técnica bucal Singrid Genro também recebeu o lanche distribuído pela rede de alimentação, mas criticou o tratamento da prefeitura a profissionais do Imesf. Concursada e há nove anos lotada na unidade, ela afirma que os servidores do instituto têm qualificações e experiência em saúde pública. "Inadmissível como estamos sendo tratados nessa nova modalidade da prefeitura, que quer terceirizar os serviços, passando para os hospitais toda essa demanda de tralhadores da atenção de saúde, principalmente das estratégias", avalia.

Ela garante que o fim do Imesf poderá prejudicar centenas de trabalhadores. "Nossa revolta maior é o descaso em relação ao vale-alimentação, além de mais de quatro anos sem dissídio. Por que não realocar esses profissionais, continuar mantendo eles vinculados à prefeitura através de uma fundação pública de direito privado ou em um cargo em extinção? É uma vontade extremamente política", destaca. Conforme Singrid, 80% dos serviços odontológicos oferecidos atualmente são via Imesf. "Ele (prefeito) vai demitir. Vão ficar dois dentistas estatutários, porque não tem profissionais para colocar", alerta.


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