Servidores de universidades federais paralisam atividades por 48 horas

Servidores de universidades federais paralisam atividades por 48 horas

Técnicos-administrativos da UFRGS, Ufcspa e IFRS protestam contra PEC Emergencial

Cláudio Isaias

Trabalhadores temem que reforma administrativa retire estabilidade e promova cortes salariais

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Os servidores técnicos-administrativos das universidades Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e de Ciências da Saúde de Porto Alegre (Ufcspa) e do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) paralisam as atividades, a partir desta terça-feira, por 48 horas. O protesto é contra a proposta de reforma administrativa protocolada no Congresso pelo governo federal e pelo que chamam de desmonte do Estado.

A mobilização afeta os serviços das bibliotecas, do setor acadêmico, do financeiro, do protocolo e das comissões de graduação das três instituições de ensino. Segundo Rafael Berbigier de Bortoli, um dos coordenadores do Sindicato dos Servidores Técnico-administrativos da Ufrgs (Assufrgs), a PEC Emergencial, que pretende diminuir salários dos servidores públicos e retirar a estabilidade da categoria, é prejudicial para a prestação de serviços públicos não somente nas universidades, mas em todos os setores.

Conforme Bortoli, o pacote do governo Jair Bolsonaro ataca os servidores públicos federais e os orçamentos em saúde e educação. "Após a aprovação da reforma da Previdência e dos sucessivos ataques à educação, o governo novamente foca nos trabalhadores, em especial nos servidores públicos, e envia mais um pacote de maldades ao Congresso Nacional com três Propostas de Emenda à Constituição (PEC)", ressaltou.

Uma das medidas, de acordo com o sindicalista, veda o aumento de despesa com pessoal, inclusive o aumento de vantagem, auxílio, bônus, abono, verba de representação e benefício de qualquer natureza. Outros dispositivos impedem os reajustes salariais, a criação de cargo, emprego ou função que implique aumento de despesa, a alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa, a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título e a realização de concurso público.

Os funcionários das universidades e do IFRS realizaram uma assembleia conjunta na sede do IFRS POA, no Centro de Porto Alegre. A atividade contou com um debate sobre a "Conjuntura de ataques aos serviços públicos e defesa das Ifes" com a participação da ex-reitora da Ufrgs, Wrana Panizzi e do pró-reitor de Ensino do IFRS, Lucas Coradini. Durante assembleia, foi realizada a eleição de delegados da plenária da Fasubra que será realizada nos dias 7 e 8 dezembro.

Após a assembleia no Instituto Federal, os servidores federais saíram em caminhada até a Praça da Matriz, onde participaram de um almoço e de um ato em solidariedade aos servidores estaduais que estão em greve. A Assufrgs Sindicato decidiu aderir ao movimento nacional de paralisação das atividades proposto pela Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra). 

Nesta quarta-feira, os servidores das três instituições de ensino federais participarão no ciclo de painéis da Ufrgs sobre autonomia e financiamento das universidades públicas. O debate com entidades e sindicatos terá a presença das dirigentes Bernadete Menezes, da Assufrgs Sindicato, e de Vânia Helena Gonçalves, da Fasubra. O evento será realizado na sala 2 do Salão de Atos da Ufrgs, das 9h às 12h, e no auditório Acácia do Centro Cultural, das 15h às 18h.


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