Servidores protestam contra o parcelamento no Piratini

Servidores protestam contra o parcelamento no Piratini

Manifestantes pediram retirada da PLC 206 da pauta da Assembleia<br />

Carlos Corrêa

Servidores protestam contra o parcelamento no Piratini

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 Não é o tipo de cena que se vê com frequência nas manifestações em frente ao Palácio Piratini. Ontem, apenas uma grade de metal separava as centenas de servidores que protestavam contra o parcelamento de salários imposto pelo governo estadual. Não havia nenhum brigadiano reforçando a segurança. As viaturas ficaram localizadas junto ao Theatro São Pedro, relativamente distante do caminhão de onde discursavam os líderes da manifestação.

Enrolado em uma bandeira da CUT e encostado em um escorregador da Praça da Matriz que normalmente estaria ocupado por crianças, estava o funcionário público Flávio Pazatto. “Como todos os demais servidores, estou tendo que buscar ajuda nos familiares. Só a fatura do meu cartão de crédito dá três vezes mais do que os R$ 600 que recebemos”, relata. Ainda que se diga contrário à prática da greve, ele acredita que em face à recusa do Executivo em retirar a PLC 206/2015, acabará sendo a única solução em um curto prazo.

Contestada em todos os discursos durante a manifestação, a PLC 206 não deve, no entanto, ser retirada da pauta pelo Executivo. “O governo não tem como aceitar o pedido de retirada, mas não vai afastar as preocupações dos servidores. Já avançamos em dois pontos e vamos fazer o estudo destas propostas que foram elencadas hoje nesta audiência pública para saber se é possível trabalhar em mais algum ponto de aperfeiçoamento”, explica o Secretário da Casa Civil, Márcio Biolchi.

A julgar o tom dos discursos na manifestação de ontem, a negociação não deve ser fácil. “Não vamos recuar”, adiantou, de cima do caminhão de som, a presidente do Cpers, Helenir Schürer. Diante de um cenário de indefinição, a funcionária pública Terezinha de Fátima Aguirre, que também estava na Praça da Matriz ontem, não conseguia esconder um tom de melancolia: “Não sei o que vai acontecer. Se não mudar nada, então o nosso trabalho vai evaporar”.

Ainda que o centro das manifestações tenha sido o governo estadual em função dos salários parcelados, a União também foi alvo de críticas durante a manifestação.

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