Setcergs critica indefinição sobre freeway e malha rodoviária precária no RS
Discussões sobre EGR assumir rodovia seguem ocorrendo entre Piratini e governo federal
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"É menos pior ter a Empresa Gaúcha de Rodovias, a EGR, do que não ter gestão da freeway, onde circularam milhares de veículos e vidas diariamente", avaliou o presidente do Setcergs. Não é apenas a situação da freeway que preocupa. "Estamos apavorados com a precariedade da malha rodoviária estadual e federal. O que não era bom, ficou pior", lamentou.
No caso da freeway o certo, conforme Kieling, seria a licitação ter sido preparada cinco anos anos antes. E o vencedor deveria estar definido antes da data de encerramento do contrato da concessionária Triunfo Concepa. Se ficar sem nenhuma administração, a freeway, prevê o empresário, vai se deteriorar e o custo será pago pela sociedade, em impostos e vidas.
Indefinição
Sete dias após o primeiro indicativo de que a EGR poderia assumir de forma emergencial a operação, a questão segue sem definição. O diretor-presidente da EGR, Nelson Lidio Nunes e o governador José Ivo Sartori estiveram reunidos no Palácio Piratini, em Porto Alegre, para tratar do assunto. Conforme o governo, a pauta do encontro foi a reunião ocorrida em Brasília na segunda-feira, entre diretores e técnicos da EGR e o Dnit.
Nunes levou informações ao governador sobre os temas tratados no Distrito Federal e afirmou que aguarda pelo Dnit, que ficou encarregado de repassar um documento à EGR, contendo informações detalhadas sobre o padrão de qualidade a ser adotado na gestão da rodovia. Enquanto o documento não for enviado pelo Dnit, não haverá definição.
Custo
Por "falhas sistemáticas ao longo da história", diz Kieling, o RS é estado com um dos maiores custos logísticos no Brasil. "Aqui a logística pesa de 24% a 26% do nosso PIB. Em São Paulo, onde as estradas e a infraestrutura são muito melhores, a relação é de 14% a 16% do PIB. No Brasil o índice médio é de 18% do PIB", compara. Entre países desenvolvidos, acrescenta, o índice é de 5% do PIB.
No começo do mês a Associação Brasileira dos Usuários de Rodovias previu o "caos" na infraestrutura rodoviária se o Dnit RS não receber suplementação orçamentária. Para este ano a verba é de R$ 300 milhões ao Estado, dos quais R$ 200 milhões já foram gastos na manutenção de estradas como as BRs 386, 116, 101 e 448. À freeway seriam necessários R$ 40 milhões, dos R$ 100 milhões restantes caso o Dnit fique com essa conta até fevereiro de 2019.
Em 2017, como lembrou o presidente da Associação, Gerri Machado, o Dnit RS teve orçamento maior em relação a este ano - foram R$ 350 milhões. Por isso a entidade também está apreensiva com os riscos aos usuários diante do quadro de chuvas, escassez de recursos e baixas manutenção e conservação.