Setores econômicos de Porto Alegre defendem previsibilidade e entendimento entre município e Estado

Setores econômicos de Porto Alegre defendem previsibilidade e entendimento entre município e Estado

Lideranças consideram o ambiente sob uma grande insegurança jurídica

Gabriel Guedes

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A falta de sintonia entre as medidas de flexibilização anunciadas pelo prefeito Sebastião Melo e o governo do Estado, com o impasse sendo decidido pelo Poder Judiciário, frustrou os empresários do varejo e do segmento gastronômico de Porto Alegre. As lideranças consideram o ambiente sob uma grande insegurança jurídica, sem previsibilidade, e clamam por entendimento entre as duas esferas governamentais, para que reconsiderem o comércio formal, bares e restaurantes como atividades seguras, desde que cumpram com os protocolos.

O vice-presidente do Sindilojas Porto Alegre, Arcione Piva, conta que um de seus associados chegou a reabrir a loja na manhã deste sábado, mas que cerca de dez minutos depois, quando já tinha convocado dois funcionários ao trabalho, ao tomar conhecimento da decisão judicial que suspendeu a alteração no decreto municipal, teve que fechar o local. “O Sindilojas vê com muita preocupação esta situação de abre e fecha. E isso traz muitos prejuízos a uma categoria que já vem amargando enormes perdas nos últimos 12 meses, desde que iniciou a pandemia. O Sindilojas já pleiteou ao prefeito Melo, o vice Ricardo Gomes e ao governador Eduardo Leite, para que haja um atendimento entre estes poderes e que tudo seja resolvido de forma pacífica”, adiantou. “Isso (o abre e fecha) é o pior que pode acontecer. E tudo o que a gente busca é a previsibilidade. À medida em que a gente tem o desencontro entre as decisões do município e do estado e mais a interferência da Justiça, fica ainda mais complicado para o lojista, que fica em meio a tudo isso”, critica o presidente da CDL Porto Alegre, Írio Piva.

Ambas lideranças do comércio varejista da Capital asseguram que a propagação da Covid-19 não ocorre no comércio formal. “A gente representa 18 mil negócios. Respeitamos as medidas, mas não é no varejo que ocorre a disseminação da doença”, reforça o presidente do Sindilojas. “O CDL sempre defende a abertura dos negócios. Não é no comércio formal que está o problema, que segue todos os protocolos. Obviamente que a CDL fica triste com a decisão, mas nos cabe a cumprir a decisão, mesmo que não venha de encontro aos nossos anseios”, pontua Írio.

O presidente do Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região (Sindha), Henry Chmelnitsky, também pede um olhar mais acurado com o setor de alimentação. “Já estamos mais do que além do nosso limite. Queremos que o governo estadual se sensibilize que nós temos condições de trabalhar das 18h às 22h, de segunda a domingo. E isso tem que ser para ontem”, cobra. “O Sindha fica extremamente preocupado com estes movimentos que geram profunda insegurança jurídica. Nós alertamos ao Executivo Municipal que correríamos este risco, e entendemos que é necessário construir urgentemente uma saída entre o poder executivo municipal e estadual para que possamos reabrir em condições adequadas. “Pedimos encarecidamente. Às vezes parece que é mais teimosia do que razão”, avalia Chmelnitsky.

 


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