Sindicatos fazem protesto em Porto Alegre por reajuste salarial de 10,06%

Sindicatos fazem protesto em Porto Alegre por reajuste salarial de 10,06%

Governo do Rio Grande do Sul defende correção de 6%

Felipe Nabinger

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Mais de 40 sindicatos estiveram representados em um ato pela defesa do IPE Saúde e por reajuste salarial para funcionários públicos. Após concentração em frente a sede do IPE, os manifestantes caminharam pela avenida Borges de Medeiros, até a altura da rua Jerônimo Coelho, seguindo até o Piratini, onde cobraram do governador Ranolfo Vieira Júnior (PSDB) maior atenção ao serviço de saúde, bem como o aumento de salário em 10,06%, diferente da proposta do Estado, que é de 6%.

Atendendo a cerca de um milhão de usuários, o IPE Saúde tem dívidas de mais de R$ 1 milhão com hospitais. “O IPE está abandonado pelo Estado. É uma sucessão de ataques e dificuldades administrativas que deixam o IPE à deriva”, afirma o presidente do Sindicato dos Servidores de Nível Superior do Poder Executivo do Estado do Rio Grande do Sul (Sintergs), Antonio Augusto Medeiros. 

Sem reajuste desde 2015, 3,1% do salário de cada segurado existe uma contribuição paritária, destinada ao Fundo de Assistência à Saúde (FAS), usado pelo instituto para quitar as despesas com a rede hospitalar. “O IPE Saúde deveria cumprir um papel importante na saúde pública. Grande parte do recurso do instituto vem do salário dos servidores que estão mais de sete anos sem reposição”, relata Medeiros.

Na semana passada, entidades já haviam se reunido com o governador Ranolfo Vieira Junior para tratar das duas pautas levantadas no ato. Conforme a Federação Sindical dos Servidores Públicos do Estado do Rio Grande do Sul (FESSERGS), foram apontados o congelamento de salários que por reflexo, mantém estagnadas as receitas do instituto, as sucessivas trocas na gestão e a preocupação com a possibilidade de privatização. 

“Quem não gostaria de assumir um Plano com este tamanho, desconto em folha e sem inadimplência? Já os segurados, servidores públicos que vivem em 2022 com salários de 2015, tremem ao pensar na hipótese de privatização, eis que não teriam como arcar com os custos de uma possível privatização da saúde”, afirma o presidente da FESSERGS, Sérgio Arnoud.

Em nota, o IPE Saúde afirmou que “reconhece as demandas e está empenhado no trabalho do plano de reestruturação econômico-financeira, o qual envolve reavaliação das despesas, modernização de processos internos e, posteriormente, a busca por fontes de financiamento”. Ainda conforme o texto, “todas as medidas vêm sendo construídas a partir de diálogos com as entidades sindicais, os prestadores credenciados, o governo e demais atores sociais envolvidos na atuação do sistema que garante a assistência de quase um milhão de gaúchos”.

Sobre o reajuste do funcionalismo, o Executivo encaminhou à Assembleia Legislativa projeto para corrigir o salário em 6%. O governo afirma que a porcentagem “leva em consideração as limitações da legislação eleitoral e de responsabilidade fiscal”. Os representantes sindicais, no entanto, defendem a alíquota de 10,06%, repondo a inflação do ano passado. 


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