Sintáxi afirma que aguarda pela vacina da Fiocruz para a imunização dos motoristas

Sintáxi afirma que aguarda pela vacina da Fiocruz para a imunização dos motoristas

Motoristas de aplicativos de Porto Alegre estão mobilizados na pauta que trata sobre o reajuste das tarifas pagas pelas empresas

Cláudio Isaías

Sintáxi se dispôs a comprar as vacinas contra Covid-19 para disponibilizar aos filiados

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O Sindicato dos Taxistas de Porto Alegre (Sintáxi) já enviou ao Conselho Municipal de Transportes Urbanos (Comtu) um pedido de preferência na vacinação contra o coronavírus para os profissionais que trabalham no transporte de pessoas. A informação é do presidente do Sintáxi, Luiz Nozari, ao explicar que infelizmente o sindicato ainda não obteve resposta sobre a sua proposta.

A solicitação foi feita em conjunto com a Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP), com a Associação dos Transportadores de Passageiros por Lotação de Porto Alegre (ATL), com o Sindicato dos Rodoviários e e com o Sindicato dos Proprietários de Veículos Escolares (Sintepa). "Infelizmente não obtivemos resposta, já o governo federal colocou os trabalhadores rodoviários lá pelo 20º lugar na lista de prioridades da vacinação, inclusive depois dos presidiários, então, para os governantes valemos menos que os criminosos do país", lamentou. 

Nozari afirmou que o Sintáxi se dispôs a comprar as vacinas para disponibilizar aos filiados, especialmente os que estão trabalhando no aplicativo do sindicato. "No entanto, mais uma vez as autoridades não permitiram nem mesmo a compra. Por isto, estamos aguardando ansiosamente pela vacina feita pela Fiocruz. Temos informações que serão milhões de doses por semana, sendo assim, acreditamos que em pouco tempo seremos atendidos", acrescentou. 

"Situação está horrível"

Conforme Nozari, uma parte significativa da categoria é composta por profissionais que já têm 65 anos ou mais. Com relação ao serviço em tempos de pandemia, o presidente do Sintáxi afirmou que a situação está horrível. "Muitos colegas que moram nas cidades vizinhas não conseguem ganhar nem mesmo para o combustível gasto e para as refeições", explicou. 

Segundo ele, muitos profissionais dormem no carro e trabalham 24 horas, caso contrário gastarão mais do que ganhariam somente com o deslocamento. "No momento, ninguém está ganhando dinheiro, estamos apenas sobrevivendo na esperança de dias melhores, apesar de que ainda conseguimos oferecer algum trabalho aos taxistas filiados ao aplicativo do Sintáxi", acrescentou.

De acordo com Nozari, os convênios com empresas através do aplicativo do sindicato é o que está salvando no momento a categoria, pois as corridas de rua estão cada vez mais raras.

A redução da circulação de pessoas em locais como a Estação Rodoviária de Porto Alegre, o Porto Alegre Airport - Aeroporto Internacional Salgado Filho, shoppings e lojas, mesmo que no Centro Histórico tenha aumentado a presença de público em função da reabertura das lojas - segue sendo apontada pelos taxistas como os principais fatores da crise causada no setor pela Covid-19.

O presidente do Sintáxi, Luiz Nozari, informou que atualmente a categoria é composta por seis mil taxistas que estão aptos a exercer a função em Porto Alegre, entre permissionários e auxiliares.

"Vacina Já"  ainda não é discutida pelos motoristas de aplicativos, diz presidente da Alma

"Os motoristas de aplicativos de Porto Alegre não estão empenhados neste momento no tema que trata sobre "Vacina Já" para os profissionais." A avaliação foi feita pelo presidente da Associação Liga dos Motoristas de Aplicativos (Alma), Joe Moraes, ao afirmar que a categoria está mobilizada na pauta que trata sobre o reajuste das tarifas pagas pelas empresas - Uber, Cabify, 99 e Indriver. "Já cogitamos de realizar um ofício às autoridades.

No entanto, não há nada de concreto no sentido de vacina já aos profissionais", ressaltou. Conforme Moraes, os motoristas de aplicativos estão há cinco anos sem aumento salarial. "Estamos buscando melhorias para a categoria, como o aumento das tarifas aos motoristas e o fim de produtos como Uber Promo e 99 Poupa", ressaltou. 

Foto: Guilherme Almeida 

O presidente da Alma afirmou que os custos para manter o serviço estão muito altos, com pouco retorno para os trabalhadores. "Tivemos profissionais que em função da pandemia e dos valores pagos acabaram por desistir da atividade", explicou. Em 2015, o valor pago por quilômetro rodado aos motoristas era de R$ 1,25. Hoje, seis anos depois, os aplicativos pagam R$ 0,95 na Capital e R$ 0,90 na Região Metropolitana de Porto Alegre.

No início havia um desconto de 25% nas corridas e agora o percentual de desconto oscila entre 25% e 40%. "Os custos dos motoristas de aplicativos aumentaram. Porém, a remuneração dos profissionais caiu", acrescentou. Moraes afirmou ainda que os condutores sofrem com os constantes aumentos dos preços dos combustíveis, do valor do seguro dos veículos e do aluguel dos automóveis.
 
Os motoristas de aplicativos afirmam que houve uma pequena melhora no serviço. No entanto, em função da pandemia da Covid-19, os condutores afirmaram que segue baixo o movimento em locais tradicionais como a Estação Rodoviária de Porto Alegre e o Porto Alegre Airport - Aeroporto Internacional Salgado Filho.

Na manhã desta quarta-feira, estacionado nas proximidades da rua Voluntários da Pátria, no bairro São Geraldo, na zona Norte da Capital, o motorista Edson Vieira, 45 anos, afirmou que jamais pensou que a pandemia afetaria tanto a rotina da cidade. Ele teme medidas mais restritivas por parte das autoridades que possam inviabilizar o serviço na cidade.

O presidente da Alma disse que a situação da categoria foi bem difícil no começo da pandemia da Covid-19, quando o número de viagens em Porto Alegre diminuiu em cerca de 90%. Segundo ele, com o passar do tempo tem melhorado um pouco o número de corridas, no entanto, ainda está longe do normal. 


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