Tarifa estaria defasada R$ 0,45 por passageiro, declara diretor da ATP
Associação quer discutir alternativas para estancar prejuízos das empresas de ônibus<br />
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“Aumentar a tarifa não é a solução. Até porque se ela fica alta, afasta as pessoas. Estamos propondo algumas ações para que a sociedade e o governo discutam para tentar reequilibrar o transporte. Quais seriam as ações? Uma delas é dar prioridade para o transporte coletivo. Sem o ônibus ficar trancado, além do passageiro se deslocar mais rápido, economiza diesel, quantidade de veículos e custo de pessoal”, explicou Simionovschi.
Outro problema apontado pelo diretor da ATP que causa prejuízo para o transportador e afasta as pessoas dos ônibus são as isenções concedidas pelo poder público. “Ao longo do tempo, veio crescendo e chegou a 35% no sistema. A cada três pessoas que entram no ônibus, duas pagam para o terceiro andar gratuitamente. Quem paga a isenção é quem anda de ônibus, um real por passagem”, afirmou o diretor. “A tarifa poderia ser de R$ 2,75. Seria mais atrativa do que a de R$ 3,75. A questão é: o usuário precisa pagar por essa isenção?", questionou.
As questões levantadas, segundo Gustavo Simionovschi, são fundamentais para que o prejuízo acumulado desde de fevereiro seja findado. Após a assinatura de contrato naquele mês, as empresas associadas à ATP passaram a utilizar os 269 novos veículos, mesmo com a decisão judicial que determinou a redução das tarifas. Além disso, houve uma queda de 7,35% da demanda de passageiros, conforme a ATP.
“Essas duas coisas somadas geraram um prejuízo no sistema privado de R$ 40 milhões, em seis meses. Acrescidos os R$ 12 milhões da companhia pública, o sistema inteiro teve um prejuízo de 52 milhões”, alertou o diretor. “Se o transporte para, afeta a todos. Estamos levantando a reflexão para saber o que a cidade quer. Ela quer uma pessoa por automóvel e todo mundo parado no trânsito, de uma maneira poluente e irracional ou quer transporte efetivo, bom e que destrave um pouco o trânsito da cidade e que polua menos”, completou.
A ATP está negociando com a Prefeitura de Porto Alegre o equilíbrio do sistema e aguarda uma posição do prefeito José Fortunati. Após a resposta e da avaliação da posição, a associação pretende fazer um estudo jurídico das etapas legais que têm que ser cumpridas para que o problema seja resolvido.