Tartarugas abandonadas são transferidas para lagos de Porto Alegre

Tartarugas abandonadas são transferidas para lagos de Porto Alegre

Parque Germânia não tem as condições necessárias para a sobrevivência dos animais

Karina Reif

Quando se transformam em incômodo para as famílias, as tartarugas são frequentemente deixadas em locais públicos

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Nove tartarugas abandonadas no Parque Germânia foram transferidas esta semana para outros lagos de Porto Alegre, como os localizados nos parques da Redenção, Marinha do Brasil e na Praça 20 de Maio. A coordenadora da Equipe de Fauna Silvestre da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam), Soraya Ribeiro, explicou que muitas pessoas adquirem os animais sem saber que eles vão crescer. Quando se transformam em incômodo para as famílias, são frequentemente deixados em locais públicos.

Conforme a bióloga Renata Vieira, o lago do Parque Germânia é artificial e não tem as condições necessárias para a sobrevivência das tartarugas. “Não tem areia para a desova e locais para tomar sol, descansar e hibernar”, disse. O objetivo da remoção foi preservar o ciclo biológico.

“Nessa época, as tartarugas procuram locais para fazer colocação de ovos. O lago do Germânia, por ser um espelho d’água, tem margens de concreto, com borda alta. Para elas, é um estresse, além da questão da falta de alimentação adequada. As pessoas jogam pipocas, pão”, disse. Os locais onde foram colocadas as tartarugas são naturais, com areia, grama e árvores. Por isso, a chance de adaptação e sobrevivência é muito grande. “É comum ver os animais fazendo a termorregulação nas margens desses lagos”, explicou.

A maior parte das tartarugas encontradas é da espécie trachemys dorbigni, mais conhecida como Tigre D’Água Brasileiro. Elas têm mais de 30 centímetros, foram também pesadas e marcadas. A ideia é manter o monitoramento de todos os quelônios nos parques de Porto Alegre. “Temos uma limitação de estrutura, mas esse é um projeto a longo prazo, que já havia sido iniciado e estamos retomando”, explicou Renata.

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