Taxa de ocupação de UTI apresenta estabilidade em Porto Alegre

Taxa de ocupação de UTI apresenta estabilidade em Porto Alegre

Até o início da noite desta segunda-feira, os pacientes com diagnóstico da doença totalizavam 1.759 casos

Felipe Samuel

Na Capital, a ocupação total dos leitos de UTI chegava a 90,81%

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Com mais 58 óbitos confirmados nesta segunda-feira, o Rio Grande do Sul totaliza 25.165 mortes em decorrência do novo coronavírus. Conforme boletim epidemiológico da Secretaria Estadual da Saúde (SES), mais 622 novos casos foram confirmados, elevando para 980.806 o número de infectados pela Covid-19 desde o início da pandemia. A taxa de ocupação de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) apresentou estabilidade em relação à véspera, com 82,5% de lotação e 2.800 hospitalizações.

Até o início da noite, os pacientes com diagnóstico da doença totalizavam 1.759 casos, o equivalente a 62,8% das internações. Os leitos SUS apresentaram estabilidade na taxa de ocupação, com 77,5% de lotação. A rede privada registrava ocupação de 96,3%. Na Capital, conforme monitoramento da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), a ocupação total dos leitos de UTI chegava a 90,81%, com 860 casos graves, uma leve redução em relação à véspera, quando havia 868. Do total, 489 casos estavam relacionados à Covid-19.

Ernesto Dornelles, Moinhos de Vento e São Lucas operam acima da capacidade máxima. Pelo menos 41 pessoas aguardavam em emergências por leitos de UTI, das quais 17 com diagnóstico de Covid-19. O Departamento de Regulação da Secretaria da Saúde explica que as listas de espera seguem existindo quando há poucos leitos livres, pois as vagas que surgem são mantidas disponíveis para atender os pacientes em situação mais grave.

Segundo o diretor do órgão, Eduardo Elsade, a lista de transferência para UTIs tem uma classificação de risco. A Regulação não transfere todos da lista, imediatamente, pois podem surgir pacientes mais graves que precisam desses leitos.  Elsade reforça que também é considerada a fragilidade de cada paciente para ser transportado longas distâncias, em uma ambulância, até a cidade onde há leito disponível.

A prioridade é resolver a situação do paciente na região dele, evitando o deslocamento.  "Há pacientes que não aguentam uma viagem muito longa. Procuramos não encaminhar os pacientes para mais de 200 quilômetros de distância", ressalta.

Clínicas projeta retomada de cirurgias eletivas

A diminuição das internações de casos graves já começa a refletir no dia a dia de alguns hospitais. Coordenadora do Grupo de Trabalho de enfrentamento ao coronavírus do Hospital de Clínicas, Beatriz Schaan afirma que a ocupação da emergência Covid-19, que chegou a abrigar 88 pacientes no auge da pandemia,  registra atualmente no máximo 10 pacientes, que logo são destinados à enfermaria ou à Unidade de Terapia Intensiva (UTI). "Vivemos uma situação relativamente tranquila", destaca.

Ao contrário de março, quando houve aumento das internações, a emergência do HCPA registra, atualmente, menos de 60% de ocupação. A se consolidar o cenário de redução das hospitalizações, o objetivo é reduzir o número de leitos de UTI e retomar outros atendimentos. "É uma situação de contingência, não é uma situação que se pode manter ou perpetuar por mais do que dois meses. Em maio pretendemos retomar cirurgias de pacientes com câncer que puderam esperar ou outras cirurgias", frisa.

Para dar conta da demanda represada, profissionais que passaram a reforçar o atendimento na linha de frente da doença devem voltar às suas áreas dos blocos cirúrgicos. "Obrigatoriamente a gente tem que diminuir os leitos de UTI destinados a pacientes Covid-19", explica. Ela ressalta que desde o início da pandemia a ideia era contar com 105 leitos de UTI exclusivos para Covid-19. Atualmente, o HCPA conta com 135. "Aqueles 30 extras que completamos em março foi uma situação de extrema contingência, não tem como continuar ofertando isso", alerta.

Ela destaca que ao retomar as condições usuais de atendimento a outras doenças, com a realização de operações e atendimentos de outras doenças, a taxa de ocupação das UTIs deve voltar a subir. "A gente precisa retomar os outros atendimentos", observa. Beatriz destaca que existe uma reengenharia dentro do HCPA para poder dar suporte à emergência e UTI lotadas de Covid-19. "A gente não quer ter uma nova onda, passamos um sufoco em março, mas de qualquer maneira a gente está confiante na proposta de diminuir 30 leitos de UTI para ofertar outros atendimentos", observa.


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