Taxista é suspeito de atrair veículos do Uber para blitze

Taxista é suspeito de atrair veículos do Uber para blitze

Delegado ainda não sabe se profissional cometeu algum crime <br />

Karina Reif

Em três apreensões de carros do Uber, um taxista era o passageiro

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Um grupo de motoristas armavam emboscadas para motoristas do Uber. O titular da 1ª Delegacia de Polícia de Homicídio e Proteção à Pessoa (1ª DPHPP), Rodrigo Garcia, suspeita de, pelo menos, quatro casos em Porto Alegre. Um deles é o do que acabou em espancamento na semana passada. Os dois taxistas presos pelo crime teriam levado Braulio Pelegrini Escobar para uma blitz da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), mas como a ação já tinha acabado e o plano da dupla foi frustrado, eles acabaram agredindo a vítima. Além deles, outro profissional que bateu no motorista já foi identificado.

Uma quarta pessoa também já identificada pela polícia teria usado o aplicativo para chamar três carros, em situações diferentes, que foram apreendidos pela prefeitura. “Demonstra que havia um grupo com plano de causar prejuízo financeiro ao Uber. Não parece ter uma vinculação com a prefeitura”, declarou o delegado. Nos casos em que não houve agressão, ainda não é possível identificar se o taxista que chamou o veículo e o levou para a blitz tenha cometido algum crime. “Vejo como antiético, até porque a empresa teve a despesa de cerca de R$ 18 mil com multas”, observou. O taxista que atuou em, no mínimo, três episódios que acabaram na apreensão não teria envolvimento com a corrida em que Escobar acabou espancado.

No entanto, o procedimento dos agressores foi semelhante. Eles pediram o serviço e tentaram levar a vítima para uma blitz. “Quando saiu errado, eles se alteraram”, explicou. Os dois homens presos chamaram Escobar pelo aplicativo e pediram para ir a um endereço que passava pelo local, onde a EPTC estava fazendo fiscalização. Quando passaram, os agentes já estavam tirando os cones e encerrando a operação e não abordaram o veículo. Um dos passageiros abriu a janela para chamar atenção, mas não conseguiu que Escobar fosse identificado como Uber.

Nesse momento, pediu para ir a um lugar próximo do hipermercado onde ocorreu a agressão, na avenida Bento Gonçalves. Nesse momento, Escobar já estava desconfiado, mas não conseguiu fugir. O delegado deve finalizar o inquérito entre quinta e sexta-feira. Nos próximos dias, deve chamar os quatro taxistas que testemunharam o espancamento para prestar depoimento. No inquérito, deve constar, além dos dois profissionais que estão presos, outro agressor já identificado. Garcia disse que, com uma lista fornecida pela EPTC de prefixos de táxis do ponto onde ocorreu o crime, foi possível fazer uma triagem e mostrar para a vítima, que reconheceu os envolvidos.

Ele ainda não sabe se irá cumprir mandado de prisão do terceiro agressor. Por enquanto, está reunindo o máximo de informações e provas para embasar o inquérito que irá entregar ao Ministério Público. “Identificamos um agressor além dos dois presos. Os outros quatro estavam no local e assistiram, mas não agrediram. A vítima havia dado algumas características, apesar de ter coberto o rosto com os braços para tentar se proteger dos socos e pontapés.” O delegado ressaltou que ainda não está certo se o indiciamento será por tentativa de homicídio, porque os responsáveis podem ser enquadrados por outros delitos. Porém já adiantou que os três devem responder pelo mesmo tipo de crime.

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