Taxistas do Aeroporto Salgado Filho sentem impactos da pandemia

Taxistas do Aeroporto Salgado Filho sentem impactos da pandemia

Queda do movimento de aeronaves afeta diretamente os trabalhadores do local

Correio do Povo

Taxistas do aeroporto sofrem com falta de movimento

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Os taxistas do Porto Alegre Airport - Aeroporto Internacional Salgado Filho estão sentindo no bolso a crise da pandemia do coronavírus. Desde março, os 200 profissionais ligados à Cooperativa de Táxis do Aeroporto Salgado Filho (Cootaero) que atuavam no Terminal 1, com acesso pela avenida Severo Dullius, na zona Norte, viram o serviço apresentar uma queda vertiginosa. O presidente da Cooatero, Marcos Nunes, disse que a redução no movimento chega a 95%. "Estamos com cerca de 20 a 30 carros em função da queda no movimento. Muita gente optou por ficar em casa", destacou. 

Nunes lembrou que antes da pandemia da Covid-19, os motoristas realizavam uma média de 10 a 12 corridas por dia. "Os colegas ficam parados durante horas e fazem apenas duas corridas", ressaltou. O presidente da Cootaero acredita que a partir deste mês comece a ocorrer uma melhora no serviço. Segundo Nunes, a pandemia do coronavírus que assombra o mundo impactou em cheio o dia a dia dos taxistas que trabalham no aeroporto com a queda no volume de corridas de viajantes do Brasil e vindos do exterior. 

Trabalhando há 20 anos com táxi no aeroporto, o taxista Paulo Ricardo dos Santos Nascimento disse que nunca tinha visto uma crise deste tamanho no país. "Antes da pandemia, eu realizava uma média de até 15 corridas por dia. Hoje, o camarada tem que chegar de madrugada e se tiver sorte realiza duas", acrescentou. Ele disse estar parado há dois meses em função da crise, mas que pensa em retornar em breve ao serviço no aeroporto. "Essa crise da Covid-19 e o transporte por aplicativo fez com que muita colegas quebrassem. A pandemia foi a pá de cal na categoria", ressaltou.

Já o motorista aposentado Nilo João, que trabalha há mais de 10 anos no aeroporto, afirmou que o movimento está raco. Nesta segunda-feira, no período das 7h3min até 13h, ele havia feito apenas uma viagem. "Para fazer quatro corridas e tentar salvar o dia tem que ficar até quase meia-noite", explicou. Ele recordou que nos bons tempos (com clientes embarcando e desembarcando nos voos nacionais e internacionais) era possível realizar até 12 corridas diariamente. "Nunca limpei tanto o carro como tenho feito agora. Espero que tudo passe em breve e possamos retomar a nossa rotina", acrescentou. 

Nunes afirmou que com a crise da Covid-19 é impossível evitar perdas econômicas, tanto para a cooperativa como para os cooperados. "Um movimento de clientes que reduziu mais de 95% com a diminuição na chegada de voos e o consequente menor fluxo de passageiros é um balde de água fria na categoria", comentou. Ele aguarda ansiosamente a normalização do movimento de passageiros. "Vai ser a melhor notícia porque só assim os mais de 200 taxistas do ponto do aeroporto estarão na ativa novamente", acrescentou. 


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