Taxistas relatam volta tímida de passageiros em Porto Alegre

Taxistas relatam volta tímida de passageiros em Porto Alegre

Sindicato municipal da categoria afirmou, no entanto, que mais de 50% da frota atualmente está parada por falta de usuários

Cláudio Isaías

Sindicato municipal da categoria afirmou, no entanto, que mais de 50% da frota atualmente está parada por falta de usuários

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Os taxistas de Porto Alegre começaram a perceber uma pequena melhora no serviço, principalmente no mês de setembro e neste início de outubro. O avanço, mesmo que tímido, é atribuído a abertura do comércio de rua, centros comerciais e shoppings. Os estabelecimentos estão em funcionamento de segunda-feira a sábado o que fez com que os clientes voltassem a circular pela cidade, principalmente no Centro Histórico. Nos pontos da avenida Borges de Medeiros e das ruas General Câmara e Caldas Júnior, os profissionais estão mais otimistas e acreditam que a crise causada pela pandemia da Covid-19 vai passar. 

Marcelo Moraes, que trabalha há dez anos no ponto da rua General Câmara, disse que os meses de março, abril, maio e junho foram os piores para a categoria. "Os clientes sumiram em razão da pandemia e muitos colegas optaram por ficar em casa", ressaltou. Nessa retomada gradativa que ocorreu a partir de setembro, Moraes destacou que já está conseguindo realizar uma média de dez corridas por dia. No ponto da avenida Borges de Medeiros, ao lado do Largo Glênio Peres, o condutor Vladimir Magalhães disse que não tinha visto uma crise como essa. "Antes da pandemia, era uma média de 15 a 20 corridas por dia", recordou. Ele disse estar feliz em porque tem feito uma média de dez corridas por dia.        

Um levantamento do Sindicato dos Taxistas de Porto Alegre (Sintáxi) apontou uma redução de pelo menos 70% de clientes e que pelo menos 50% dos taxistas não trabalharam no período considerado crítico, entre março e maio. O presidente do Sintaxi, Luiz Nozari, informou que atualmente a categoria é formada por seis mil taxistas aptos a exercer a função em Porto Alegre, entre permissionários e auxiliares. No entanto, segundo ele, mais de 50% da frota está parada por falta de passageiros. "A situação que estamos vivendo não tem precedentes, é a pior possível, nossa missão no momento é manter a vida. Além da concorrência com os aplicativos que já judiava da categoria, juntou-se a pandemia", acrescentou.

Conforme Nozari, os poucos motoristas de táxi que estão nas ruas de Porto Alegre, ganham apenas para comer. "Ninguém mais ganha dinheiro trabalhando em táxi, apenas sobrevive, na esperança de dias melhores", explicou. Ele destacou ainda que por mais paradoxal que pareça, no aplicativo do Sintáxi, que trabalha com até 50% de desconto, existe falta de carros em muitos horários. "Talvez isso ocorra justamente porque não vale a pena sair de casa, pois muitas vezes o taxista gasta mais do que ganha ao sair para tentar a sorte", ressaltou.

Nozari afirmou que a situação beira o desespero e que, por isso, o sindicato está distribuindo cestas básicas para os mais necessitados. "Rezamos para que a vacina acabe com a pandemia do novo coronavírus, porque não temos condições de suportar por mais tempo esta situação", acrescentou.


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