Temporal da madrugada desta sexta-feira causa estragos e transtornos em Porto Alegre

Temporal da madrugada desta sexta-feira causa estragos e transtornos em Porto Alegre

Vários pontos de alagamentos foram registrados em vias da Capital gaúcha

Felipe Faleiro

Temporal também derrubou árvores em Porto Alegre

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Porto Alegre teve um dia com problemas relacionados ao temporal da madrugada e da manhã desta sexta-feira. Ao menos uma árvore caiu, assustando os moradores do bairro Azenha, além do registro de semáforos fora de operação, ruas alagadas e fios energizados caídos. As equipes de apoio tiveram trabalho para reestabelecer o fluxo de trânsito em vias que precisaram ser bloqueadas. Motoristas tiveram de buscar rotas alternativas e comerciantes relataram prejuízos.
 
Por volta das 2 horas da madrugada, um raio atingiu uma árvore na rua Florianópolis, bairro Azenha, fazendo com que ela caísse atravessada na rua, em direção a um terreno ao lado de um motel. Por pouco, o vegetal, que tinha por volta de 15 metros de altura, não atingiu construções próximas. A queda fez com que houvesse falta de luz e bloqueio total da via, requerendo o trabalho de equipes da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb) e CEEE Equatorial.
 
“Ouvi um forte barulho, e quando vi pela janela, a árvore já estava caída”, disse a camareira do motel, Daniela Dutra, que estava trabalhando no momento da queda. Houve falta de luz na região, preocupando moradores como a dona de casa Setembrina Tomé, que mora em uma residência quase ao lado. Na frente, vive a cunhada, Leonilda Tomé. Ambas vivem na área há mais de 30 anos. “Há muito tempo, podaram estas árvores, mas depois elas cresceram de novo. Quanto ao temporal desta noite, foi horrível”, afirmou ela, dizendo que ambas estavam dormindo quando houve o incidente.
 
Conforme a EPTC, a rua foi liberada perto do meio-dia, e a energia elétrica voltou à região por volta das 13h45min. Um poste caiu sobre a via com fios energizados na avenida Cavalhada, e cerca de 30 cruzamentos da Capital tiveram falta de luz nos semáforos. Os maiores alagamentos foram registrados no bairro São Geraldo, principalmente nos cruzamentos das avenidas Paraná e Berlim, próximo ao escritório do Inmetro, e mais ainda na Benjamin com a Buarque de Macedo, onde as vias ficaram tomadas pela água.
 
O comerciante Ismael El Kadri tem uma fruteira nesta esquina e disse ter sido bastante prejudicado com o alagamento que, por vezes, adentrava seu estabelecimento. Veículos precisaram reduzir a velocidade e pedestres tiveram dificuldades em atravessar a via. Segundo ele, o local convive com problemas há 60 anos, ainda na época dos bondes que passavam pela região. “Todos os dias vou à Ceasa e adquiro produtos para cá. Quando acontece uma chuva assim, preciso ligar para lá e cancelar o pedido”, contou. Ainda conforme ele, as vendas do local caem 80% a cada ocorrência.
 
“Perdemos as contas de quantas vezes falamos com Prefeitura e vereadores, mas não acontece uma solução”, relata El Kadri. O canteiro central da Benjamin Constant tem bocas de lobo, que não deram conta do fluxo de água. Mas o local em questão está danificado, em razão de caminhões que se acidentaram recentemente ali. Engenheiro de formação, El Kadri afirma que há uma solução viável, e ela passa por ligar o encanamento da área à da avenida São Pedro, que fica ali perto, e que não sofre mais com o acúmulo de água.

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