Terminal dois do Salgado Filho é interditado por risco à saúde de trabalhadores

Terminal dois do Salgado Filho é interditado por risco à saúde de trabalhadores

Funcionários da TAP estariam expostos à substância que pode causar câncer

Correio do Povo

Terminal dois do Salgado Filho é interditado por risco à saúde de trabalhadores

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O terminal de passageiros 2 do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, foi interditado nessa quinta-feira por uma força tarefa da Superintendência regional do Ministério do Trabalho e Emprego. O local é operado pela Azul Linhas Aéreas e Trip, além de vários setores da TAP Manutenção e Engenharia. O motivo da interdição seria o risco iminente à saúde e integridade física dos trabalhadores. O termos foram entregues à Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) na tarde de ontem.

De acordo com dados do MTE, a TAP ME conta com 1,1 mil trabalhadores diretos, além dos indiretos, e foi interditada parcialmente por medida cautelar nos espaços confinados às atividades de instalação, pintura atomizada de aeronaves, operação de Plataformas de Trabalho Aéreo (PTA), plataformas elevatórias do tipo tesoura, máquinas lixadeiras, serra fita e furadeiras. 

Dentre os riscos que os trabalhadores estão sendo expostos estão o de câncer, doenças de pele e respiratória, devido à exposição sem proteção adequada ao solvente a base de percloroetileno e o risco de explosão e incêndio. Os auditores fiscais e apontaram que os riscos existentes na empresa hoje são semelhantes à época em que ocorreu o incêndio que levou à óbito dois trabalhadores em 1999. A força tarefa fiscaliza as instalações do Aeroporto Salgado Filho desde o acidente com o aeroviário da TAM, em 11 de julho deste ano, quando foi atropelado por uma aeronave da companhia.

Trabalhadores atingidos por raios

No documento da interdição realizada nessa quinta, os auditores fiscais ressaltam que a interdição anterior foi violada e resultou em novo acidente, onde cinco trabalhadores da TAP ME foram atingidos por um raio enquanto executavam a manutenção de uma aeronave a céu aberto, em meio a uma tempestade de raios. Ambos os acidentes, diante das irregularidades, reforçaram a necessidade de uma atuação ainda mais forte da fiscalização do MTE.

No terminal 2, a investigação do MTE verificou que há fiação exposta, improvisações de equipamentos e precarização do posto de check-in e recebimento de bagagens, com esteiras obsoletas, extremamente ruidosas e com riscos de fratura, esmagamento e amputação de membros, além de telas de computadores cuja visibilidade está prejudicada e mobiliário com ergonomia inadequada. Por conta disso, os trabalhadores são expostos ao risco de lesões por esforços repetitivos.

Infraero


Consultada pela reportagem, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) afirmou, via nota, que o aeroporto segue funcionando normalmente e que irá tomar as medidas cabíveis sobre o assunto. 

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