TJ acolhe recurso contra lei que alterou nome de avenida na entrada de Porto Alegre

TJ acolhe recurso contra lei que alterou nome de avenida na entrada de Porto Alegre

Vereadores do PP defendem que logradouro volte a se chamar Castelo Branco

Camila Diesel / Rádio Guaíba

Vereadores do PP defendem que logradouro volte a se chamar Castelo Branco

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O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul decidiu, nesta quinta-feira, aceitar um recurso de apelação em um mandado de segurança que pede a anulação da lei municipal de 2014 que alterou o nome da avenida Castelo Branco para avenida da Legalidade e da Democracia. O recurso partiu dos vereadores João Carlos Nedel, Reginaldo Pujol, Mônica Leal, e os ex-vereadores Mário Manfro e Guilherme Villela, todos do Partido Progressista (PP). Cabe recurso da decisão, embora ainda não esteja claro quem deve recorrer.

A 3ª Câmara do TJ reconheceu que houve vício na votação do projeto de lei, especialmente por não ter havido o quórum de 2/3 dos 36 vereadores para a aprovação. Na ocasião, o projeto teve 21 votos favoráveis, quando são necessários, no mínimo, 24. Conforme a vereadora Mônica Leal, a falta de consulta prévia às pessoas que vivem no entorno da avenida também torna inconstitucional a alteração. ”Os movimentos históricos fazem parte da sociedade, de modo que não podem ser simplesmente apagados dos nossos livros e da nossa cidade. São figuras emblemáticas que, de uma forma ou de outra, influenciaram para a construção da história do nosso Brasil”, disse Mônica.

Os vereadores defendem que a avenida volte, automaticamente, a se chamar Castelo Branco. No entanto, conforme o autor do projeto que alterou o nome da Avenida, o hoje deputado estadual Pedro Ruas (PSol), não há Projeto de Lei que defina a nomenclatura. Trata-se de um decreto, de 1973, do general Emílio Médici, presidente do Brasil à época. Por esse motivo, segundo ele, não era preciso quórum mínimo, nem consulta aos moradores.

Ruas se refere à decisão como um “brutal equívoco”. “É manter uma homenagem a um ditador. É uma barbaridade. Ele (Castelo Branco) foi um presidente durante a ditadura militar, que é um período que o Brasil tem vergonha. E deixa de homenagear um período brilhante da nossa história que foi a Legalidade, comandada por (Leonel) Brizola”, defendeu Ruas.

A Câmara de Vereadores da Capital é parte no projeto de alteração. Procurado pela reportagem, o presidente da Casa, vereador Cassio Trogildo (PTB) não foi encontrado para comentar o caso, na noite desta quinta-feira.

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