Trabalhadores da saúde fazem "café da manhã da luta" em Porto Alegre

Trabalhadores da saúde fazem "café da manhã da luta" em Porto Alegre

Protesto prejudicou o atendimento em 14 unidades

Claudio Isaias

Funcionários fazem protesto em frente ao Paço Municipal

publicidade

Os trabalhadores vinculados ao Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família (Imesf) realizaram nesta segunda-feira um "café da manhã da luta" em frente ao Paço Municipal, no Centro de Porto Alegre. Um grupo de 100 manifestantes carregava cartazes com as mensagens: "15% de reajuste já" e "Imesf: quatro anos na luta por reajuste salarial". O ato dos funcionários que atuam nos 141 postos de saúde da Capital foi acompanhado pelos agentes da Guarda Municipal que reforçaram a segurança na entrada do prédio. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), 14 unidades de saúde da Capital chegaram a ter os serviços completamente interrompidos, especialmente em um período de superlotação das emergências em virtude de doenças respiratórias.

O presidente do Sindisaúde/RS, Arlindo Ritter, disse que a categoria, formada por cerca de 1,8 mil profissionais, protestou contra a falta de reposição da inflação dos últimos 48 meses. "Existe uma falta de disposição da prefeitura de Porto Alegre de negociar com os funcionários", lamentou. Os profissionais do instituto são formados por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, dentistas, agentes comunitários de saúde e agentes de endemia. A grande maioria, cerca de 70% dos funcionários do instituto, é de técnicos de enfermagem. 

Presente na manifestação, o vice-presidente do Sindisaúde/RS, Júlio Antero Appel de Oliveira, afirmou que os servidores vivem uma situação precária em razão da falta do reajuste salarial e mesmo assim o prefeito Nelson Marchezan Júnior não se sensibiliza com a situação dos trabalhadores. Nas próximas duas segundas-feiras, dias 3 e 10 de junho, serão realizados novos protestos. No dia 3, às 8h, na Clínica de Saúde da Família que funciona no bairro Restinga, será servido um café da manhã aos funcionários. Já no dia 10, no Centro de Saúde Modelo, o sindicato vai oferecer um jantar a partir das 18h. Segundo Oliveira, no dia 18 de junho será realizada uma assembleia que pode decidir por uma greve nos postos de saúde caso as reivindicações dos funcionários não sejam atendidas pelo Executivo.

O presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Rio Grande do Sul (Sergs), Estêvão Finger, afirmou que o contrato de gestão do instituto prevê reajuste anual aos trabalhadores, o que não foi concedido nos últimos quatro anos. "É preciso que os trabalhadores façam a pressão nas ruas para que a prefeitura atenda as reivindicações e conceda a reposição da inflação que já soma cerca de 15%. 

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou ainda lamentar o protesto. A nota diz que este tipo de manifestação prejudica as negociações em andamento com as entidades sindicais, atrasando o desfecho das pactuações a serem realizadas. Como não existe qualquer tipo de comunicado nem deliberação sobre paralisação de servidores, por parte do sindicato, a secretaria acionará todos os instrumentos jurídicos a serem utilizados em profissionais celetistas que descumpram seu contrato de trabalho.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895