Com gritos de ordem de "Queremos liberdade para trabalhar", um grupo de 50 pessoas ligadas ao setor de eventos protestou nesra sexta-feira em frente do Palácio Piratini, no Centro Histórico de Porto Alegre. O alvo dos empresários ligados aos setores de bares, restaurantes, academias, centro de esportes, vans escolares, clubes, casas noturnas, salões de festas e buffets foi o mais recente decreto publicado no dia 30 de novembro pelo governo do Estado com mudanças no modelo do distanciamento controlado para o enfrentamento da pandemia da Covid-19.
Entre as ações, estão alterações em protocolos de bandeira vermelha (risco epidemiológico alto), suspensão de eventos e festas de fim de ano, inclusive condomínios, incentivo à restrição de reuniões privadas e familiares, com limite de até 10 pessoas, além do reforço na campanha de comunicação para conscientizar a população e ampliação da fiscalização dos protocolos.
Os manifestantes carregavam cartazes com as seguintes mensagens: "Liberdade para trabalhar. Pela liberação de eventos. Todos temos famílias", "Seguimos todos os protocolos! Não somos responsáveis pela propagação da Covid-19" e !"Evento Importa! É Trabalho! É Economia! É Sustento! Não é só festa! Nos deixem Trabalhar". O ato contou com as presenças do deputado estadual Fábio Ostermann (Novo) e dos vereadores Felipe Camozzato e Mariana Pimentel, do Novo, e de Jesse Sangali, do Cidadania.
A empresária Eliege Graeff de Oliveira, que possui um salão de festa em Alvorada, disse que os trabalhadores do setor de eventos foram os primeiros a fechar no final do mês de março e os últimos a retomarem suas atividades em novembro. "Não ficamos nem 30 dias abertos e o governador Eduardo Leite publica um decreto que nos prejudica", ressaltou. Segundo ela, o que indigna a categoria é que nas eleições municipais tudo estava "maravilhoso" e agora estamos sofrendo. "Temos família e contas a pagar e não podemos trabalhar. O governo estadual sequer estendeu a mão para ajudar o setor. É injusto com a nossa categoria", ressaltou.
Eliege Graeff afirmou que se é para fechar que seja para todos. "Vamos então de uma vez para o lockdown. Agora, não pode somente fechar o setor de eventos", acrescentou. A empresária Cris Silva, de Taquara, que atua no segmento de organização de eventos como casamentos e aniversários, afirmou que o novo decreto criou uma dificuldade para o setor. "Cumprimos nesses oito meses todas as normas determinadas pelo governo estadual e montamos protocolos de segurança. Quando estávamos preparados para retomar nossas atividades com protocolos fomos simplesmente ignorados", ressaltou. Segundo ela, o governo precisa entender que os empresários do setor eventos precisam trabalhar.
A empresária Aline Araújo, de Porto Alegre, que atua na organização de festas e casamentos, disse que a categoria quer trabalhar dentro das normas e não pode o governador Eduardo Leite tratar o setor como "marginais". O deputado estadual Fábio Ostermann afirmou que um grupo de deputados (indignados coma situação dos empresários do setor de eventos) vai conversar na próxima segunda-feira com o governador sobre a situação desses trabalhadores.
"Não podemos tolerar a essa altura da pandemia que a população seja submetida a esse calvário de restrições, especialmente em uma época crucial para o setor de eventos", acrescentou. O vereador Felipe Camozatto (Novo) afirmou que num primeiro momento se entendeu a questão das medidas restritivas para preparar o sistema de saúde em razão da pandemia. "O que ninguém consegue conceber são restrições tão agudas. Estamos com muito desemprego, lojas fechadas e empresas indo a falência o que gera uma indignação nas pessoas", destacou.
Cláudio Isaías