Transbordamento de arroio causa transtornos no bairro Sarandi, em Porto Alegre

Transbordamento de arroio causa transtornos no bairro Sarandi, em Porto Alegre

Moradores afirmam que problema é frequente

Felipe Nabinger

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Problema crônico quando chove, o transbordamento do Arroio Passo das Pedras, conhecido como Arroio Sarandi, trouxe transtornos para moradores e empresários entre a avenida Sarandi e a rua Zeferino Dias, em Porto Alegre. “Toda semana que chove alaga. Vai acontecer ainda muitas vezes. Isso gera um gasto de água pq em algumas vezes precisamos tirar a lama. Hoje nem foi dos piores”, disse gerente o comercial David Riegel, 50. Segundo Riegel, o volume de água foi inferior ao de chuvas registradas, por exemplo, em janeiro e no ano passado. “Já perdi um carro aqui na frente. Em julho do ano passado. Estava pintando a garagem e quando voltei a noite a água na altura do painel. Foi perda total”, afirmou. Próximo dali, um outro veículo fora abandonado. Segundo relatos de populares, uma mulher com duas crianças teria tentado cruzar a água sem sucesso. O veículo fora deixado no local, após outra pessoa ter vindo em resgate, relataram.

Empresário do ramo de locação de andaimes, Rafael Manica, 38, tem uma empresa instalada no local há oito anos. Ele tentava limpar o lodo concentrado em frente ao estabelecimento. “Perdi as contas de quantas vezes já fiz isso. Choveu e alagou. Não conseguimos trabalhar. Precisamos limpar tudo, dentro e na rua. Quando começa a chover temos que fechar as portas”, afirmou. O mecânico Volmir da Silva Araújo viu seu local de trabalho, na Zeferino Dias, sendo alagado nesta quarta-feira. Para não se molhar, o trabalhador improvisou um "calçado" com sacolas plásticas para andar pelo espaço.

Em nota, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE) afirmou que vem “realizando limpezas periodicamente e já deu início ao processo de dragagem do arroio, iniciado na foz, próximo a BR 290”. Conforme o texto, 2 mil metros já foram dragados, cerca de 1,8 pneus retirados do arroio e o equivalente a 20 mil metros cúbicos de sedimentos removidos. Mais de 30 cargas de lixo e resíduos descartados de forma irregular foram retirados deste ponto, ainda conforme o DMAE. “Nas últimas chuvas essa limpeza já tinha sido positiva, evitando novos extravasamentos, porém, a precipitação desta madrugada foi mais concentrada em alguns pontos”, completa a nota. Uma equipe do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) realizava a retirada de lixo do arroio no momento da visita da reportagem de Correio do Povo.

Demais transtornos

Além do transbordamento do Arroio Sarandi, que provocou o bloqueio total de trechos da avenida de mesmo nome, Porto Alegre amanheceu com chuva, ruas alagadas, semáforos fora de operação e transtornos para quem utiliza o serviço da Trensurb. Por volta das 8h, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) registrava bloqueio parcial devido ao acúmulo de água na Assis Brasil esquina Marechal José Inácio da Silva e outras 14 ruas alagadas, mas sem a necessidade de bloqueio. Vias como a avenida Pernambuco e a rua Beirute, no Navegantes, eram algumas que apresentavam água na pista, bem como ruas na região das vilas no bairro Humaitá.

Foram registradas quedas de, pelo menos, três árvores, causando bloqueios na Estrada São Francisco, na Lomba do Pinheiro, na avenida Ipiranga. Conforme a CEEE Grupo Equatorial, mesmo com intensa chuva, presença de raios e como rajadas de vento na madrugada, a distribuição de energia elétrica operou “dentro da normalidade”. A empresa registrou ocorrências de falta de energia na Capital, Região Metropolitana e trechos interrompidos em Pelotas e Rio Grande, onde a tempestade foi mais intensa.

Chuva e furto de cabos

As composições da Trensurb circulam com velocidade abaixo do normal no começo da manhã. Segundo a empresa, o problema é decorrente de duas situações: a chuva, já que a desaceleração é uma das medidas de segurança adotadas em dias de clima instável, e o furto de cabos entre as estações Sapucaia e Esteio. O ataque teria ocorrido entre 4h30min e 5h e as partidas nos terminais Mercado e Novo Hamburgo chegaram a ser de 12 minutos no horário de pico. A operação foi normalizada por volta das 9h40min.

 

Sarandi foi um dos bairros prejudicados com a chuva / Foto: Guilherme Almeida 

Semáforos inoperantes e pontos de alagamento

A chuva na Capital também resultou em pontos de alagamento, semáforos inoperantes e falta de energia elétrica em casas. Segundo a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), equipes de fiscalização e manutenção semafórica foram reforçadas e deslocadas para os pontos mais críticos e com maior risco de acidentes. 

 


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