Transporte é responsável por 67% dos gases de efeito estufa em Porto Alegre

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Correio do Povo

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Foi apresentado, nesta terça-feira, em reunião virtual do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano Ambiental (CMDUA), o segundo Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) de Porto Alegre entre os anos de 2016 e 2019. A coleta de dados foi coordenada pela diretora da Secretaria de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus), Rovana Reale Bortolini. “Na COP26, em Glasgow, nós assumimos um convênio para esta redução de GEE. Para reduzir, precisamos saber o quanto estamos emitindo”, explica.

Além de identificar o perfil de emissões de GEE da cidade, evidenciando suas principais fontes, o inventário objetiva subsidiar o desenvolvimento de estratégias de redução de emissões e ações de mitigação dos impactos das mudanças climáticas. Foram mensuradas as emissões de GEE dos setores de energia estacionária, transporte, resíduos, agricultura, floresta e uso da terra, além de quantificar as emissões indiretas da cidade associadas aos insumos do setor da construção civil.

As emissões de GEE de Porto Alegre variaram entre 2,5 e 2,3 milhões dióxido de carbono total (tCO²) e entre 2016 e 2019, com uma redução de 5,6% no período. As emissões estiveram concentradas nos setores de Transportes (mais de 67% das emissões da cidade) e de Energia Estacionária (entre 22% e 23%). O consumo de combustível nos transportes de passageiros e cargas (entre 49% e 50%), no transporte aéreo (entre 16% e 19%) e os insumos energéticos dos edifícios residenciais (entre 10% e 11%) e comerciais (entre 9% e 10%) foram as principais fontes emissoras da cidade, totalizando entre 87% e 88% do total de emissões da cidade entre 2016 e 2019. “O primeiro inventário já indicava que o maior emissor de gases é o transporte, principalmente o individual. Por conta disso, foi a feito decreto que isenta a obrigatoriedade de vagas de estacionamento nos empreendimentos, para, justamente, não estimular esse modal. Também estamos aumentando o número de árvores, com incentivos para a instalação de telhados verdes e de energia fotovoltaica”, afirma Rovana.

A leve redução de emissões de 5,6% entre os anos de 2016 e 2019 está principalmente associada a menores consumos de gasolina e diesel no setor de transporte nos anos de 2018 e 2019 e a maiores níveis de geração de energia renovável no Brasil, que ocasionaram um menor fator de emissão do Sistema Interligado Nacional, reduzindo as emissões pelo consumo de eletricidade. “Com esse inventário, nós temos todo o cenário para decidir quais ações priorizar e tomar um segundo passo para criar um plano de ação climática, que vai estabelecer as metas de redução de GEE”, completa a diretora.

As emissões relacionadas com a produção dos insumos cimento, ferro e madeira utilizados na indústria de construção civil são reportadas separadamente, não sendo somadas ao total da cidade.


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