Travestis e transexuais devem ser chamados pelos nomes sociais nas escolas

Travestis e transexuais devem ser chamados pelos nomes sociais nas escolas

Recomendação do Conselho Estadual de Educação busca evitar discriminação

Helena Furtado / Correio do Povo

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Travestis e transexuais devem ser chamados pelo nome social nas escolas do sistema estadual de ensino. Esta é a recomendação aprovada pelo Conselho Estadual de Educação (CEE) na quarta-feira passada, por solicitação da Unaids, programa das Nações Unidas para o combate à Aids. O parecer foi elaborado pela conselheira Hilda de Souza, que apontou a necessidade de observar normas constitucionais que garantam dignidade e não discriminação por gênero.
 
A recomendação será encaminhada à Secretaria da Educação. Por meio de sua assessoria de imprensa, o órgão comunicou que não se manifestará sobre o assunto até que receba orientação do conselho. Segundo a presidente do conselho, Cecília Farias, a decisão é importante para ampliar a aceitação desses gêneros pela sociedade. "Ainda há preconceito na escola, não só a esse respeito, mas também nas questões de etnia. Nós buscamos avançar nesse debate, mas o Estado ainda está atrasado. É um longo caminho a percorrer", assinalou.

De acordo com a presidente da Associação de Travestis e Transexuais do RS (Igualdade), Marcelly Malta, a medida é um avanço. "Menos de 3% dos transexuais e travestis no Brasil frequentam escolas. O preconceito cria um ambiente hostil nas instituições de ensino, o que empurra muitos de nós para a prostituição. Porém, a decisão é uma vitória. Queremos usar o nome que escolhemos", enfatizou.

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