Trens lotados e viagens atrasadas prejudicam usuários da Trensurb

Trens lotados e viagens atrasadas prejudicam usuários da Trensurb

Furtos de cabos, crime que se multiplicou nos últimos meses, é um dos motivos de alteração nas operações

Felipe Faleiro

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Embarcar nos trens urbanos da Trensurb nos últimos dias tem sido uma tarefa ingrata para muitos usuários. Trens lotados e que não chegam no horário, o aplicativo que por vezes não funciona, são fatores que, somados, perturbam a vida das pessoas que utilizam o transporte metroviário. Alguns horários são naturalmente de composições mais cheias, como o começo da manhã e o final da tarde. As viagens com atraso se tornam problemas mesmo com o uso dos trens acoplados.

Nesta semana, por exemplo, usuários relataram que um dos trens permaneceu parado por cerca de 5 minutos na Estação Rio dos Sinos, em São Leopoldo, e não houve nenhum tipo de aviso ou explicação. A situação foi no começo do dia e, ao final, o trem em questão fechou as portas e seguiu viagem normalmente.

A administradora Janaína Savedra, usuária do modal, embarcou em Canoas e desceu em Porto Alegre, na manhã desta quarta-feira. Ela é uma das pessoas que se dizem frustradas com tamanhos atrasos no serviço. “Alguns trens já estão chegando lotados, isto todos os dias. Esses dias, ficamos quase 10 minutos parados em uma estação”, relatou.

Com frequência, quem utiliza o aplicativo da Trensurb também se depara com mensagens relatando operações com alteração, muito em razão dos furtos de cabos, crime que se multiplicou nos últimos meses.

Por causa disso, nesta semana, as viagens dos trens entre as estações Novo Hamburgo e Mercado, em Porto Alegre, que deveriam durar 53 minutos, estão levando uma hora. Já os intervalos entre trens em horários de pico, que deveriam ser de 6 minutos, aumentam para 10. Cada vez menos é possível prever quando o serviço retornará à normalidade, já que os casos ocorrem um após o outro. De janeiro até o dia de ontem, foram 57 roubos, furtos e tentativas, de acordo com a Trensurb.

“Os cabos acabam sendo um grande atrativo aos criminosos. O cobre teve um aumento grande de preço. O que verificamos é que estes furtos têm sido mais para sustentar a drogadição”, afirma o gerente de Operações da Trensurb, Carlos André. Do total de ocorrências, 80% é no trecho entre as estações Unisinos e Sapucaia, de acordo com ele. “Este trecho de quatro quilômetros em especial é de difícil visualização, e é mais longo. Não temos como ter um efetivo que consiga dar conta de todo ele”.

Além da segurança metroviária, presente nas estações, ele afirma que há ainda parcerias com as guardas municipais e demais forças policiais, inclusive a Polícia Federal, já que a estatal pertence à União.

Ainda está sendo feita a limpeza da vegetação e poda nos locais, “para deixar o espaço mais visível”. Há projetos para instalação de câmeras no local, e também “novidades chegando”, diz o gerente de operações. Em alguns locais, como nas estações Rodoviária e São Pedro, os muros de vedação já receberam concertina.

Em relação aos atrasos e à falta de comunicação, André reconhece os problemas, mas diz que o sistema é um elo, então qualquer pequena falha em uma composição reflete nas demais.

“Infelizmente, também, com este tempo úmido, estamos com algumas avarias nos motores de tração, ou portas”, diz. Por vezes, os problemas são causados por questões que fogem do escopo da operação, como a queda de um usuário na via na estação Rodoviária, ontem, por um mal súbito. “Estamos trabalhando forte para tentar melhorar esta comunicação”, afirma.


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