TRT4 determina que Hospital Mãe de Deus apresenta proposta compensatória a trabalhadores demitidos

TRT4 determina que Hospital Mãe de Deus apresenta proposta compensatória a trabalhadores demitidos

Mais de 300 funcionários dos setores de nutrição e higienização foram desligados na última semana

Cláudio Isaías

Hospital Mãe de Deus terceiriza serviços e demite mais de 300 funcionários

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O desembargador Ricardo Carvalho Fraga, vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4), determinou, nesta segunda-feira, que os advogados do Hospital Mãe de Deus apresentassem uma proposta compensatória para os trabalhadores demitidos na semana passada. Durante a reunião, o advogado Fabiano Pantoja, afirmou que não é interesse da Associação Educadora São Carlos, que administra o hospital, a reintegração dos 286 funcionários desligados que atuavam nos setores de nutrição e higienização.

O advogado afirmou ainda que não houve prejuízo a instituição de saúde com o desligamentos dos trabalhadores. Segundo ele, os funcionários receberam uma carta de agradecimento e de referência assinada pela irmã Lúcia Boniatti, presidente do Hospital Mãe de Deus. Ele entregou uma lista com o nome de 286 demitidos e afirmou que mais 70 serão desligados nos próximos dias. Neste momento, o desembargador Ricardo Carvalho Fraga interrompeu o advogado que representa o Mãe de Deus e afirmou que estava tentando apagar o incêndio e o hospital estava colocando mais fogo com a previsão de mais 70 demissões.

A advogada Raquel Paese, que atuou na defesa do Sindisaúde/RS, afirmou que a direção da instituição de saúde sequer aventou a possibilidade de uma outra saída para os trabalhadores que foram dispensados. "Não propuseram melhores condições de saída para os funcionários", ressaltou Raquel.  No final da audiência no TRT da 4ª Região, os funcionários demitidos saíram em caminhada até o Hospital Mãe de Deus, na rua José de Alencar, no bairro Menino Deus, onde realizaram um novo protesto contra os desligamentos. Eles carregavam faixas com a mensagem "Terceirização na saúde Mata!". 

O presidente do Sindisaúde, Arlindo Ritter, afirmou que a decisão do hospital foi criminosa e impacta a vida de 356 famílias. "Tudo isso foi realizado por uma instituição filantrópica que goza de recursos públicos por meio de isenções fiscais. A população gaúcha precisa saber que os trabalhadores demitidos da nutrição e da higienização são técnicos. Eles são especialistas na execução das suas atividades que não podem ser executados sem um alto grau de conhecimento", explicou. O sindicato promete para os próximos dias novas mobilizações contra o Hospital Mãe de Deus.

Nesta terça-feira, o Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT 4) realiza uma nova reunião de mediação entre os funcionários demitidos do Hospital Mãe de Deus e o setor jurídico da instituição de saúde.

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