Um dia antes do aumento da tarifa, usuários enfrentam longas filas para carregar o cartão

Um dia antes do aumento da tarifa, usuários enfrentam longas filas para carregar o cartão

ATL tenta reverter o reajuste e deixar o valor em R$ 6

Franceli Stefani

Longas filas se formaram para carregar o cartão TRI nesta segunda-feira

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A tarifa de ônibus de Porto Alegre ficará mais cara a partir desta terça. De 4,05 passará para R$ 4,30, representando um aumento de 6,17%, que foi aprovado após votação do Conselho Municipal de Transporte Urbano (Comtu) e sanção do aumento pela prefeitura na última sexta-feira.

Para aproveitar o valor antigo, a movimentação foi intensa durante todo o dia no Centro Integrado de Passagem Escolar e Isenção, na rua Uruguai, na região central. A fila para recarregar o cartão TRI dobrava a esquina e os interessados tiveram que ter paciência para aguentar, além da demora no atendimento, o calor. Até o fechamento desta reportagem a Empresa Pública de Transportes e Circulação (EPTC) não havia divulgado o número de pessoas que passaram pelo local. “É muito complicado enfrentarmos mais um aumento e não vermos nenhuma melhoria no nosso transporte. Me impressionei com o número de pessoas aguardando atendimento”, declarou a professora Débora Duarte, 29 anos.

A aposentada Carmen Calixto, 57 anos, reclamou da qualidade dos coletivos que circulam na capital e da insegurança que é andar de ônibus em Porto Alegre. “Vim para aproveitar o valor antigo, é uma economia se colocarmos na ponta do lápis. Infelizmente não temos nenhuma melhoria nos veículos, os coletivos são velhos, muitos não passam nos horários corretos, é bem difícil só vermos aumento e nenhum serviço de qualidade”, afirmou.

Mesma visão tem a atendente de telemarketing Silvana Rodrigues, 23 anos. “Antigamente era R$ 1,85, hoje sentimos a diferença na hora que vemos o contracheque da empresa, já que meu cartão é através dela. Eu não tenho o que fazer, é sentar no ônibus e ir”, destacou ela.

Inicialmente o acréscimo seria ainda maior, de 11,1%, o que elevava o bilhete para R$ 4,50, mas, com a decisão de acabar com a isenção na passagem de integração de usuários do cartão TRI, o reajuste foi menor. A partir de hoje apenas os estudantes terão gratuidade na segunda passagem, os demais deverão arcar com 50% do valor da tarifa, quando pegar o segundo coletivo em até uma hora.

De acordo com a prefeitura, outro ponto que será buscado junto ao Legislativo será a alteração de outras gratuidades, que fariam com que a tarifa baixasse para quatro reais.

Lotações

Tradicionalmente, o aumento da passagem dos ônibus e das lotações seguem o mesmo percentual. Porém, a ATL tenta evitar o reajuste. O gerente-executivo da ATL, Rogério Lago, destacou que o ideal seria a manutenção do valor que já é cobrado.

“Estamos aguardando as definições. Nossa tarifa é atrelada a tarifa do ônibus, com variável de 1,4% a 1,5%, ela é de 40 a 50% maior que o cobrado nos coletivos”, salientou. A ATL pediu que fosse mantido o valor e não houvesse aumento. “Pedimos arredondamento porque iria para R$ 6,02 e hoje já é seis. Sexta o prefeito lançou decreto de R$ 6,05 a lotação.

Nós acreditamos que vai nos complicar muito com a questão do troco, já que ninguém anda com moeda. Se um cidadão nos der sete reais, teremos que devolver R$ 0,95. É bem difícil, esperamos que seja reavaliado e o aumento não ocorra”.

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