Urgência nos testes em profissionais da saúde é tema de reunião na Assembleia

Urgência nos testes em profissionais da saúde é tema de reunião na Assembleia

Trabalhadores da área reclamam que hospitais não fornecem os exames para detectar a Covid-19

Christian Bueller

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A urgência nas testagens para Covid-19 a profissionais na linha de frente no combate à doença foi um dos temas da reunião ordinária da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa. Trabalhadores da área reclamam que hospitais não fornecem os testes. No encontro, estiveram representantes da Centra Única dos Trabalhadores/RS (CUT), Federação dos Trabalhadores em Saúde no Rio Grande do Sul e Sindicato dos Enfermeiros e Enfermeiras do RS (Sergs).

Na reunião da Assembleia, as entidades de saúde receberam apoio da bancada do PT, com os deputados Valdeci Oliveira, Edegar Pretto e Pepe Vargas. Uma vez por semana, a categoria faz uma manifestação em frente em uma determinada instituição de saúde. A mais recente ocorreu na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.

“Há uma pandemia instalada no sistema de saúde do RS e nós estamos aqui defendendo a testagem como a melhor forma, reconhecida pelos infectologistas, para mapear e controlar a disseminação do coronavírus”, afirmou o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci.

Atos já ocorreram no Hospital de Clínicas, Grupo Hospitalar Conceição, Hospital São Lucas da PUC e está previsto um protesto no Hospital Dom João Becker, em Gravataí, na próxima semana. A presidente do Sergs, Claudia Franco, destaca que o encontro foi produtivo.

“Fomos convidados para colocar as informações sobre o processo que entidades estão mediando no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região(TRT4) exigindo testagem para os profissionais da saúde. Até dia 21 de julho, tínhamos 1,6 mil enfermeiros e técnicos contaminados no RS. Sem contar os outros profissionais”, informou. Claudia enfatiza que os respiradores podem chegar ao Estado, “mas não teremos profissionais para trabalhar se não tivermos uma política responsável de testagem”.

Outra crítica das entidades são as comunicações de acidentes de trabalho, questionadas pelos empregadores. “Eles alegam que a contaminação não ocorreu no hospital. Temos ações públicas judiciais desde março contra os grandes hospitais pelo afastamento do grupo de risco, falta de testagem e EPIs (Equipamento de Proteção Individual).

O governo do Estado lançou, no início deste mês, o projeto “Testar RS”, com a ampliação da testagem da Covid-19 por meio do exame RT-PCR (que detecta a presença do vírus no organismo), divididos em duas etapas. A primeira etapa, prevista para este mês de julho, compõem três grupos: trabalhadores e residentes de instituição de longa permanência para idosos (ILPIs), sintomáticos ou assintomáticos, a partir da confirmação do primeiro caso; trabalhadores de estabelecimentos de saúde, sintomáticos ou assintomáticos, a partir da confirmação de algum caso, incluindo contactantes; e as pessoas que apresentarem sintomas de síndrome gripal que moram nos 30 municípios considerados prioritários.

A meta é chegar a mais três mil exames diários na segunda etapa, que congrega todas as pessoas que apresentarem sintomas de síndrome gripal e contactantes residentes nas outras regiões do Estado.


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