UTI Neonatal e Obstetria do Clínicas devem reabrir na quinta

UTI Neonatal e Obstetria do Clínicas devem reabrir na quinta

Unidades foram fechadas em caráter emergencial devido a uma bactéria

Luciamem Winck / Correio do Povo

UTI Neonatal e Centro Obstétrico do Clínicas devem ser reabertos na quinta-feira

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O Hospital de Clínicas de Porto Alegre projeta reabrir a UTI Neonatal e o Centro Obstétrico nesta quinta-feira. As unidades foram fechadas na segunda-feira em caráter emergencial devido à presença da bactéria Acinetobacter – causadora de infecções em pacientes imunocomprometidos, portadores de queimaduras ou que necessitam de ventilação mecânica.

Apenas dois dos 19 recém-nascidos internados foram infectados. “Decidimos pelo fechamento preventivo para facilitar a higienização”, disse o coordenador da Comissão de Infecções, infectologista Rodrigo Pires dos Santos. Segundo ele, o caso está sob controle, sem risco de surto ou de avanço da bactéria para as demais unidades.

As gestantes que recorrem ao Clínicas estão sendo encaminhadas para outros hospitais conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Com fortes dores,  Kate Ribas foi ao Centro Obstétrico no início da manhã desta terça-feira. Apesar de ter feito contato telefônico prévio com a instituição, ela teve o acesso negado. “Não querem me atender devido à presença da bactéria”, disse Kate, que tinha dificuldade para caminhar.

Bactéria atinge pacientes imunologicamente debilitados

O secretário municipal da Saúde, Carlos Casartelli, argumentou que a Acinetobacter é uma fonte comum de infecções hospitalares e atinge, principalmente, pacientes imunologicamente debilitados. “A presença desta bactéria não é comum em UTI Neonatal. É mais frequente em UTIs de Trauma e de Adultos”, observou. A Acinetobacter pode ampliar em até 20% o risco de óbito. Casartelli ressaltou que o fechamento das unidades do Clínicas está gerando maior demanda de atendimento em outras instituições “já costumeiramente lotadas”.

A UTI Neonatal da Maternidade Mario Totta, do Complexo Hospitalar Santa Casa, operava com a totalidade dos 12 leitos ocupados. Como o hospital sempre trabalha no limite, dificilmente conseguirá absorver as demandas do Clínicas. O quadro não era diferente no Hospital da Criança Conceição, que estava com os 30 leitos de UTI Neonatal em uso. No Hospital Fêmina, 23 dos 30 leitos estavam ocupados no início da tarde.

Em razão da existência de vagas disponíveis, o Fêmina se colocou à disposição da Central de Regulação de Leitos da Secretaria Municipal da Saúde. No Hospital São Lucas, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs), o atendimento de gestantes e de bebês em situação de risco era considerado normal. Em razão da oferta estar acima da procura, a direção do São Lucas também manifestou disposição de receber gestantes que não puderem ser atendidas no Clínicas. No entanto, advertiu que é impossível atender a totalidade das demandas dos dois hospitais. Por outro lado, avalia que é necessário dar assistência às mulheres em trabalho de parto.


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