Vítimas de trabalho análogo ao de escravo são resgatadas em navio na Bahia

Vítimas de trabalho análogo ao de escravo são resgatadas em navio na Bahia

Carga horária era acima de onze horas por dia e descanso interrompido por treinamentos

Agência Brasil

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 A Secretaria de Inspeção, do Ministério do Trabalho e Emprego (SIT/MTE) resgatou, na última terça-feira, onze trabalhadores em condição análoga à de escravo no navio de cruzeiro MSC Magnífica, ancorado no Porto de Salvador (BA). A ação teve a participação, ainda, da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, Polícia Federal e outros órgãos federais.

Durante a fiscalização, o MTE constatou que os tripulantes do navio estavam trabalhando cerca de 200 dias sem nenhum dia completo de folga. Eles trabalhavam cerca de 11 a 16 horas e os períodos de descanso eram interrompidos por treinamentos e outras atividades. O órgão apurou que os funcionários eram submetidos a pressões psicológicas dos “capos”, nome dados aos chefes.

“Segundo relatos, esses 'capos' assediam moralmente os trabalhadores que não se submetem às situações abusivas, tratando-os de maneira humilhante e os ameaçando com a perspectiva de tratamento, que era ainda pior quando o navio saía do alcance das autoridades brasileiras”, disse Raul Vital, chefe da Divisão de Fiscalização do Trabalho Portuário e Aquaviário.

A ação foi motivada por denúncias de trabalhadores brasileiros e da Associação de Vítimas do Trabalho em Navios de Cruzeiro. De acordo com o MTE, as denúncias são referentes ao assédio moral e sexual, jornadas exaustivas e exploração predatória do trabalho dos brasileiros a bordo de cruzeiros marítimos.

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