Vacinações contra a gripe e sarampo seguem em baixos índices em Porto Alegre e no RS

Vacinações contra a gripe e sarampo seguem em baixos índices em Porto Alegre e no RS

Campanhas de imunização terminam na próxima sexta-feira, mas doses continuarão disponíveis

Felipe Faleiro

Prefeitura afirma que "nenhum grupo está perto" de alcançar a meta de vacinações

publicidade

O índice de vacinação contra a gripe em Porto Alegre é o mais baixo dos últimos quatro anos, pelo menos, declarou a chefe do Núcleo de Imunizações da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Renata Capponi. Até a última sexta-feira, dados mais recentes informados pela Administração, haviam sido aplicadas 349,3 mil doses do imunizante contra os vírus influenza, representando uma cobertura total de 51,5%, enquanto a meta é vacinar 90% da população estimada para cada grupo prioritário.

Desde 2015, os únicos anos em que a Capital alcançou efetivamente este índice foram 2016, 2020 e 2021, e o pior deles foi 2018, com somente 80,29% da meta atingida. No caso do sarampo, a vacinação também está em baixos patamares, alcançando somente 22,7% do público-alvo de crianças entre seis meses até cinco anos incompletos, ou 17.030 aplicações, de acordo com o Ministério da Saúde. No entanto, o ministério não estipula meta para esta vacina, que também é prioritária para trabalhadores da saúde.

No Rio Grande do Sul, a cobertura vacinal dos grupos prioritários do imunizante contra a gripe, entre eles crianças, trabalhadores da saúde, gestantes, puérperas, indígenas, idosos e professores, estava nesta segunda-feira em 57,2%, e quanto à vacina contra o sarampo, 40,1% das crianças haviam sido imunizadas. Conforme a Secretaria Estadual de Saúde (SES), ambas as vacinações vão continuar até que se esgotem as doses disponíveis, ainda que as campanhas, que terminam na sexta-feira, não devam ser prorrogadas.

A vacina contra a gripe está aberta para o público em geral desde o começo de junho, acima dos seis meses de idade, enquanto a do sarampo não teve alterações desde que começou, no dia 4 de abril. Então, por que a procura está tão baixa? “Até agora não atingimos nenhuma das metas [dos grupos], e nenhum grupo está perto disto, talvez porque estas pessoas estão muito ligadas à Covid-19 ainda, ainda que a pandemia esteja já há algum tempo acontecendo”, diz Renata.

A chefe das Imunizações explica que a Prefeitura em si tem disponibilizado centenas de unidades de saúde e o Shopping João Pessoa para imunizar contra a gripe, por exemplo, e que a campanha tem sido feita juntamente à da Covid-19. Inclusive ambas as vacinas podem ser aplicadas uma logo após a outra, com exceção de crianças, que devem esperar 15 dias. “Estamos tendo muita dificuldade, não apenas neste ano, em vacinar gestantes e crianças. É algo difícil de entender, porque são grupos muito importantes”, diz.

Até esta segunda-feira, somente 31,3% das grávidas do RS haviam se imunizado, o segundo pior índice entre os prioritários. Quanto ao sarampo, Renata reforça que o Estado não teve casos confirmados, mas há surtos em locais como São Paulo. “No passado, tivemos inclusive óbitos, principalmente das crianças menores de um ano. E, por causa da vacina, a gente não vê percebe mais a circulação do vírus. Se a imunização diminuir, começaremos a ver a doença mais frequentemente”.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895