Vestígios do confronto entre polícia e caminhoneiros marcam as ruas de Camaquã
Cidade foi palco do maior embate desde o início dos protestos no Rio Grande do Sul
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O confronto se deu após o início do cumprimento de ordem judicial para garantir o desbloqueio da rodovia e permitir a passagem de caminhões. Na manhã desta terça-feira, o fluxo era normal em ambos os sentidos, tanto de veículos leves como pesado. Durante a manhã não havia nenhuma viatura da PRF no local e nem agrupamentos de manifestantes.
Mesmo assim, os acontecimentos predominavam entre as conversas. Muitos recordaram nunca terem presenciado uma situação similar em décadas. “Logo que os confrontos começaram fechei o supermercado. Tive receio do que aconteceria depois”, recorda o empresário Leandro Szarblewski, enquanto revia as cenas da noite anterior pelas câmeras de segurança de seu estabelecimento. As imagens mostravam as ruas laterais e a principal cheias de pessoas. A mobilização era grande no momento, uma vez que pouco antes houve uma passeata do comércio local em apoio aos caminhoneiros.
Além dos danos ao patrimônio público, como uma das laterais do pórtico destruído, o confronto terminou com no mínimo três homens presos. Dois foram detidos pela PRF e levados para Porto Alegre, onde prestaram depoimento e foram liberados na madrugada de segunda-feira. Eles vão responder pelo não cumprimento da decisão judicial de liberar o tráfego na rodovia.
Outro homem foi detido pela Brigada Militar e levado à Delegacia de Polícia do Pronto Atendimento (DPPA) de Camaquã por dano ao patrimônio. Ele não pagou a fiança de dois salários mínimos e foi transferido para a Penitenciária Estadual da cidade. Segundo a delegada de plantão, Liliane Pasternak Kramm, será aberto inquérito policial para apurar os danos e os envolvidos.
Da ação também resultaram no mínimo cinco feridos. Um foi atingido por uma bala de borracha e prestou queixa na DPPA. Segundo ele, o disparo veio de agentes da PRF. Outros quatro buscaram atendimento no hospital da cidade.