Webinário destaca a relação dos modelos animais com as pandemias

Webinário destaca a relação dos modelos animais com as pandemias

O bioterista Fernando Bertoldi de Oliveira afirmou que a relação homem-hospedeiro deve ser estudada para buscar o combate da doença

Christian Bueller

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Desde a Grécia Antiga que o homem utiliza animais não humanos para buscar entender mais sobre as doenças na humanidade. Esse foi o mote da live do bioterista do IBEx (Inovação em Biotério de Experimentação) da Universidade Feevale, Fernando Bertoldi de Oliveira, que tratou sobre os modelos animais na história das pandemias e Covid-19. O evento teve o apoio da Sociedade Brasileira de Ciências em Animais de Laboratório (SBCALl) e do portal Biotérios

O bioterista relatou um estudo que cita a Covid-19 como uma doença não criada em laboratório, como muito se disse, mas detectada no meio ambiente. “O morcego foi definido como hospedeiro intermediário que, provavelmente, transmitiu o vírus quando o ser humano se alimentou de sua carne”, analisou Oliveira. Para ele, é possível que esta relação homem-hospedeiro possa acontecer a qualquer momento.

“É notável que, conforme a população cresce e invade ambientes naturais, maior será a ocupação em ambientes urbanos de espécies que antes não ocorria”, enfatizou o bioterista. “Várias doenças surgirão e, portanto, novos modelos animais deverão ser usados para estudar como combatê-las”, projetou Oliveira.

No webinário, o também mestrando em Qualidade Ambiental pela Feevale, traçou um panorâmico histórico através dos séculos, mostrando como os especialistas de diferentes períodos pesquisavam os animais para compreenderem o corpo humano. “Já, naquelas épocas, se criaram as teorias utilizadas ainda hoje”, explicou Oliveira. As descobertas das vacinas contra a raiva e varíola a partir de estudos em animais ainda foram mostradas. Segundo ele, a própria Medicina Veterinária foi beneficiada pelas pesquisas científicas. “Animais vivem melhor, com o avanço e utilização de vacinas, medicamentos e procedimentos cirúrgicos”.  

Ele ressalta que é preciso tratar o tema de forma ética. “As pesquisas com modelos animais têm sido imprescindíveis no desenvolvimento da medicina moderna, porque evitam um grande número de mortes de pessoas. No entanto, também temos que pensar nos animais”, ponderou.

Além de Oliveira, a bióloga Renata Villar e a médica veterinária Alice Teixeira Meireles Leite, que atuam nos biotérios da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e da Universidade Federal do Rio Grande, respectivamente, debateram o tema pelo YouTube.


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