Último britânico detido em Guantánamo é libertado

Último britânico detido em Guantánamo é libertado

Shaker Aamaer passou 13 anos na base militar sem acusações

AFP

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As autoridades americanas libertaram o último residente britânico detido em Guantánamo, Shaker Aamer, que já está a caminho do Reino Unido, depois de passar mais de 13 anos na base militar sem acusações. "Shaker Aamer  chegará ainda nesta sexta-feira", afirmou o secretário britânico do Foreign Office, Philip Hammond.

Shaker Aamer, de 46 anos, nasceu na Arábia Saudita e morava na Grã-Bretanha desde 1996. Ele é casado com uma britânica que mora em Londres com seus quatro filhos.

Ele estava detido desde fevereiro de 2002 e há cinco anos o governo de Londres reclamava com insistência sua libertação. Foi capturado em Tora Bora (norte do Afeganistão) em dezembro de 2001 sob a suspeita de ser um recrutador e de financiar a Al-Qaeda. "Estamos evidentemente felizes de que Shaker esteja a caminho de sua casa e sua família, aqui no Reino Unido", disse Cori Crider, uma das advogadas do britânico e integrante da organização Reprieve.

Shaker deve passar por exames médicos e ficar com sua família, afirmou a advogada. De acordo com a Reprieve, Shaker Aamer trabalhava para uma organização de caridade quando foi capturado no Afeganistão. Alguns de seus defensores acreditam que passou tantos anos detido por ter sido testemunha das torturas infligidas a outros presos.

"Estamos felizes de que sua longa e inaceitável experiência tenha terminado", disse Andy Worthington, codiretor do grupo de apoio "We Stand With Shaker". "Esperamos que as autoridades britânicas não detenham em seu retorno e que receba a ajuda médica e psicológica que precisa para retomar sua vida com a família em Londres", completou.

Um exame médico solicitado por seus advogados em 2013 revelou que ele sofria de síndrome de estresse pós-traumático, assim como depressão, enxaquecas e dores renais. "Depois de tantas mudanças neste caso espantoso, só acreditaremos que Shaker Aamer está efetivamente de volta quando o avião pousar em território britânico", afirmou a diretora da Anistia Internacional para o Reino Unido, Kate Allen.

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