Acusado credita massacre em Parkland a "vozes de demônios"
Jovem de 19 anos afirmou ter tentado tirar a própria vida antes de matar 17 pessoas em escola
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Segundo este interrogatório, Cruz se recusou a receber um copo d'água do detetive John Curcio afirmando que "não merecia", e pediu: "me matem, apenas me matem, maldito seja". Em seguida, disse ao detetive que tinha "demônios em sua cabeça, que há muitos anos o atormentavam, que lhe davam instruções para comprar armas, matar animais e destruir tudo". "Quais são os demônios?", perguntou o detetive. "As vozes", respondeu Cruz. "O lado malvado."
"O que a voz pede para você fazer?", insistiu Curcio. "Queima, mata, destrói", respondeu o jovem. Cruz revelou que tentou se matar dois meses antes do ataque - após a morte de sua mãe, em novembro de 2017 - com uma overdose dos analgésicos Ibuprofeno e Advil. "Não sei quantos comprimidos tomei. Um montão".
Quando o detetive perguntou por que motivo decidiu comprar um fuzil de assalto AR-15 - que Cruz utilizou no ataque - o jovem respondeu: "Porque achei 'cool'". Cruz comprou o fuzil legalmente, em um país onde a posse e a venda de armas é legal.
O depoimento de Cruz foi divulgado após a juíza encarregada do caso, Elizabeth Scherer, aprovar um pedido dos jornais Miami Herald e Sun Sentinel para ter acesso e divulgar o conteúdo. O jovem Cruz enfrenta a pena de morte pelo massacre em Parkland, que reativou o debate sobre o controle de armas e deflagrou manifestações em todo os Estados Unidos sob o lema "Nunca mais".